Ex-ministros de Bolsonaro negam que embaixadas tenham questionado urnas
Ciro Nogueira e Carlos França depuseram como testemunhas na ação de inelegibilidade no TSE
O senador Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil, e o embaixador Carlos França, ex-ministro de Relações Exteriores, negaram para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tenham participado da organização prévia da reunião com os embaixadores estrangeiros que Bolsonaro fez no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, para atacar o sistema de votação brasileiro.
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O relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, repetiu na sessão do TSE, na manhã desta 5ª feira (22.jun), durante a leitura do relatório da ação que pede inegibilidade de Bolsonaro, que tanto Carlos França quanto Ciro Nogueira asseguraram ao Tribunal que não sabiam sobre as informações que o ex-presidente iria repassar para as delegações estrangeiras.
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Os dois ex-ministros também reafirmaram, durante depoimento à Justiça eleitoral, que o governo brasileiro nunca recebeu nenhum questionamento das embaixadas de outros países sobre a lisura do processo eleitoral. As declarações dos ex-ministros foram usadas pelo relator do processo para reforçar que a reunião organizada por Bolsonaro foi o início de um plano do ex-presidente e seus aliados para desacreditar o Estado democrático de Direito. Após a reunião, várias embaixadas emitiram nota sobre o encontro com Bolsonaro. A Embaixada dos Estados Unidos, por exemplo, reiterou o apoio ao funcionamento das instituições brasileiras, entre elas, o Tribunal Superior Eleitoral.
Na quarta-feira, o Financial Times publicou reportagem em que afirma que o governo norte-americano monitorava desde agosto de 2021 a situação no Brasil diante da possiblidade real de que houvesse uma tentativa de golpe de Estado por parte da gestão de Jair Bolsonaro.