Integrante do GSI que deu água para golpistas diz que tentou acalmá-los
Natale afirma que se infiltrou entre os manifestantes para conter danos e proteger gabinete presidencial
O major José Eduardo Natale de Paula Pereira, integrante do GSI que aparece servindo água aos invasores golpistas, no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, prestou depoimento à Polícia Federal no último domingo (23.abr). O SBT News teve acesso às declarações dele.
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Em seu depoimento, Natale afirma que viu às 15h20 uma tropa da Polícia Militar que estava disponível na altura do mastro da bandeira, mas não teria agido contra os manifestantes.
Natale diz que tirou paletó, gravata e pistola para se infiltrar entre os golpistas e conter danos, e que a prioridade era proteger o gabinete presidencial.
Sobre o momento em que é visto entregando água para os manifestantes, o major alega que foi em direção à copa para pegar a bebida, e que três ou quatro invasores teriam aparecido exaltados, o questionando e exigindo que ele desse água para eles.
Natale afirma que entregou algumas garrafas de água com o intuito de acalmá-los para que não danificassem o local e saíssem dali. Ele afirma ainda que durante todo o momento permaneceu em contato com seus superiores pedindo reforço e atualizando-os sobre a situação da invasão.
O major declarou ainda que ordenou que todos os invasores saíssem ao escutar a tropa chegando, e que logo após chegou o general Gonçalves Dias, que teria retirado os últimos manifestantes dali, encaminhando eles até o 2° andar, onde seriam presos pelo Exército.
Natale era servidor do GSI e foi exonerado no dia 3 de fevereiro. Além dele, outros oito integrantes do GSI prestaram depoimento à Polícia Federal no último domingo.
Um deles foi o coronel Wanderli Baptista sa Silva Junior, que afirma ter recebido uma ligação do general Gonçalves Dias determinando a prisão de todos os golpistas.
O tenente-coronel dos Bombeiros, Marcus Vinicius Braz de Camargo, diz que Gonçalves Dias ordenou inicialmente a realização da retomada do Palácio do Planalto, fazendo a desocupação do prédio, e que depois ele deu a ordem de prisão dos manifestantes para o coronel Wanderli.
Além dos depoimentos colhidos, a PF recebeu mais de 4 mil horas de gravações feitas pelas câmeras de seguranças. O material foi entregue pelo Gabinete de Segurança Institucional e já está em análise.
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