STF recebe mais uma notícia-crime sobre o caso MEC
Petição foi apresentada pelo deputado Professor Israel Batista, do PSB do Distrito Federal
O noticiário sobre supostas irregularidades no Ministério da Educação (MEC), com direito ao ex-ministro Milton Ribeiro ter passado uma noite detido na sede paulistana da Polícia Federal (PF), segue movimentando os bastidores da política e do Poder Judiciário. Nesta 3ª feira (28.jun), o Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) mais uma notícia-crime para que se apure o que ocorreu na pasta.
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A notícia-crime da vez não mira apenas Ribeiro. Responsável pela petição, o deputado federal Professor Israel Batista (PSB-DF) alega que o presidente da República, Jair Bolsonaro, também deve ser investigado. De acordo com o parlamentar, o Ministério Público apresentou elementos que indicariam, nas palavras do STF, "possibilidade de vazamento das apurações no caso e de interferência ilícita" por parte do mandatário do país.
O SBT News teve acesso ao áudio de uma conversa telefônica em que, em 9 de junho, Ribeiro afirma à filha Juliana que Bolsonaro o teria "alertado" sobre a possibilidade da PF agir contra ele. Treze dias depois, o ex-ministro foi preso, em casa, no município de Santos (SP). A conversa havia sido interceptada com autorização judicial.
Encaminhamento à PGR
Com a petição de Professor Israel Batista em mãos, a ministra Cármen Lúcia, do STF, encaminhou o caso para a PGR. De acordo com ela, o procurador-geral da República, Augusto Aras, precisará se manifestar a respeito. Para isso, precisará considerar "os termos do relato apresentado e a gravidade do quadro narrado". Caberá a Aras instaurar inquérito contra o presidente da República.
Na notícia-crime encaminhada pelo STF à PGR, o deputado do PSB, partido de oposição a Bolsonaro, relata, ainda, que supostas irregularidades no MEC teriam ocorrido no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), contando com participação direta de dois pastores evangélicos: Gilmar Santos e Arilton Moura.
Santos e Moura foram detidos na última semana, a partir da deflagração da Operação Acesso Pago, da PF, mas acabaram soltos por determinação judicial no dia seguinte. Os dois pastores e o ex-ministro são investigados pelos crimes de tráfico de influência e corrupção.
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