Caso Henry Borel: "Foi um ato de violência, ou seja homicídio", diz delegado
"A única pessoa que foi calada foi Henry", a mãe teve oportunidade de se manifestar
Um mês depois da prisão de Dr. Jairinho e Monique Medeiros, a Polícia Civil detalhou no final da manhã desta 3ª feira (4.mai) a investigação da morte do menino Henry Borel."O que aconteceu ali foi um ato de violência, ou seja, homicídio", disse o delegado Henrique Damasceno. Dr. Jairinho responderá por tortura e homicídio duplamente qualificado e a mãe de Henry, por tortura omissão.
Sobre os pedidos feitos pela mãe da criança por carta para ser ouvida novamente, Damasceno disse que ela terá mais duas oportunidades para prestar novos depoimentos. "A única pessoa que foi calada foi Henry. Ela teve oportunidade de se manifestar", afirmou.
O delegado também informou que o padrasto e a mãe de Henry mentiram, tentaram coagir testemunhas e esconder conversas em celulares. "Analisamos conversas e ficou evidenciado algumas agressões contra a criança (duas em janeiro e uma em fevereiro). Ao contrário do que disseram, havia uma rotina de discussão entre o casal. O que chama a atenção é que houve uma ação: o padrasto se tranca com a criança no quarto. Posteriormente, a criança reclama do que aconteceu", concluiu.
Em nota, os advogados de Monique Medeiros, Thiago Minagé, Hugo Novais e Thaise Mattar Assad, afirmam que a mãe de Henry é inocente e tratá-la como coautora do crime é "erro injustificável". A nota diz também que "o Inquérito não aprofundou investigação sobre receitas, obtenção e uso de medicamentos, relatado pelas vítimas, embora esta defesa tenha expressamente requerido. Estranhamente promoveu vazamentos seletivos apenas do conteúdo do celular de Monique e não deu acesso à defesa a integralidade da investigação, com graves violações à prerrogativas profissionais e dispositivos processuais penais".