Ibovespa vira para alta no primeiro pregão desde início da guerra
Oscilação forte nos preços do petróleo puxou cotações da Petrobras, que deram suporte aos negócios
O mercado financeiro nacional resistiu a um desempenho negativo no primeiro pregão após o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas. Por mais que até tenha aberto os trabalhos desta 2ª feira (9.out) no vermelho --- e por ali ter ficado boa parte do dia ---, o fechamento foi mesmo em território positivo: alta de 0,86% aos 115.156 pontos, com giro financeiro de R$ 19,2 bilhões.
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Por entender o conflito como de tendência "local" - ao menos presentemente -, o mercado acionário americano confirmou fechamentos em alta para os principais índices.
- Dow Jones : + 0,59%
- S&P 500: + 0,63%
- Nasdaq: + 0,39%
Petróleo
Com os olhos e ouvidos do mundo voltados para Israel x Hamas, era de se esperar um chacoalhão no mercado internacional de petróleo: não deu outra. O barril do Brent, referência global deste mercado, subiu cerca de 4%, e essa alta encontrou reflexo direto sobre os papéis da Petrobras: PETR4 (PN) teve alta de 4,30%; PETR3 (ON) subiu 3,31%. Por se tratarem de papéis de ampla negociação no pregão paulista, as oscilações no azul ajudaram o Ibovespa a virar o jogo e fechar o dia no positivo. "Apesar da alta do petróleo, a reação nos mercados têm sido discreta ao avaliar que a guerra em Israel contra a Faixa de Gaza será limitada a região. Isso faz que os ativos não caiam fortemente e, no caso do Brasil, a alta do petróleo tem feito a Petrobras subir fortemente segurando o Ibovespa",avalia o economista e consultor André Perfeito.
Exterior
Ao menos boa parte dos observadores do cenário econômico-financeiro considera que o Brasil está mais para o "distante" do conflito. Este seria um fator de alguma segurança física e, na ponta do lápis, um possível atenuante até para os efeitos da guerra sobre o capital internacional. Tudo a conferir. Desde já no horizonte, ainda assim, as chances de uma pressão sobre os preços via alta do petróleo deixa o alerta permanentemente ligado. Para o caso brasileiro, a política de preços descasada da seara global terá incidência.
"Como o controle de preço de combustíveis no mundo não é feito como no Brasil, a inflação global e suas expectativas devem sentir os efeitos do conflito, e consequente os juros globais serão mais austeros, impondo ao Brasil condição similar. Evidentemente que uma escalada maior do conflito, envolvendo outros países do Oriente Médio pode ter efeitos muito maiores sobre os ativos, e isso, de maneira alguma, minimiza os efeitos que já estão contratados pelo atual estágio do conflito" - Étore Sanchez, economista-chefe Ativa Investimentos
Caso resulte em maior aversão a risco, os fluxos de capitais tenderão a buscar o porto-seguro de toda ocasião, o dólar, com consequente desvalorização do Real. Tudo a conferir, volume II.
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