UE condena eleições russas em territórios ocupados da Ucrânia: "haverá consequências"
Bloco afirmou que pleito viola direito internacional e que não reconhecerá resultados
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou, nesta 2ª feira (11.set), a realização das eleições russas em territórios ucranianos ocupados. Segundo o diplomata, as votações, organizadas em Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, são consideradas "ilegítimas", já que a anexação das áreas por Moscou também foi ilegal.
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"É mais uma violação do direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas, e da independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia. A União Europeia não reconhece nem reconhecerá a realização destas chamadas 'eleições' nem os seus resultados. A liderança política da Rússia e aqueles envolvidos na sua organização enfrentarão consequências dessas ações ilegais", afirmou Borrell.
Além das quatro regiões, a Rússia realizou a eleição regional na península da Crimeia - território também pertencente à Ucrânia, mas que foi invadido por Moscou em 2014. Borrell enfatizou que muitos moradores foram forçados a participar dos pleitos, tendo que apresentar o passaporte russo - documento obrigatório nas áreas ocupadas.
"Essas chamadas 'eleições' ilegais na Ucrânia ocorreram em meio à concessão forçada e ilegal de passaportes pela Rússia, inclusive para crianças, transferência e deportação forçadas, violações e abusos generalizados e sistemáticos dos direitos humanos, bem como intimidação e crescente repressão de cidadãos ucranianos pela Rússia e suas autoridades ilegitimamente nomeadas nos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia", disse o diplomata.
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A declaração foi saudada pelo governo da Ucrânia, que também classifica as eleições regionais como "uma farsa". Assim como Borrel, o governo disse que muitos moradores foram coagidos por funcionários e soldados russos a participarem do pleito e que, quando se recusaram a votar, estariam sendo detidos e forçados a escrever uma "declaração explicativa".
