Deputada eleita recebe ameaça de morte e deixa Brasília escoltada
Por e-mail, homem disse que faria massacre no 1º Encontro de LGBT+ Eleites
A vereadora de Araraquara (SP) e deputada estadual eleita de São Paulo, Thainara Faria (PT), revelou neste sábado (21.jan) que recebeu, ontem, uma ameaça de morte por e-mail e que, por isso, precisou deixar Brasília escoltada.
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Na mensagem enviada à parlamentar, conforme é possível ver em um print divulgado por Thainara, o remetente -- identificado no e-mail como Anderson Rocha Ludovico de Meneses -- a ofende chamando de "macaca gaysista" e afirma estar indo em direção ao evento 1º Encontro de LGBT+ Eleites, em Brasília, com uma arma, para matar a integrante do PT com um tiro e, depois, outros negros e homossexuais. O criminoso ressalta que mataria Thainara por ela ser preta, bissexual e lutar pelas questões raciais.
Ela esteve no 1º Encontro de LGBT+ Eleites na 6ª feira (20.jan). A iniciativa, realizada pela organização VoteLGBT+, reuniu cerca de 18 parlamentares e nove organizações voltadas à causa.
"Ontem, participei de tudo de maneira escoltada. Com muito medo, porque o e-mail com detalhes dizia um massacre que mataria todas as pessoas LGBTs que estivessem no encontro comigo. E está sendo muito difícil. Deixei Brasília", afirma a parlamentar, em um vídeo publicado no Instagram.
"E está sendo muito difícil. Deixei Brasília. Vou para um lugar em segurança, só que o medo não vai me paralisar. Eu vou proteger minha vida, não quero ser semente de nada. Tenho muito a trabalhar e contribuir com o povo do estado de São Paulo e do Brasil. As nossas movimentações incomodam, e é muito triste saber a insegurança que a gente passa. Hoje, graças a Deus, dentro do governo Lula, recebi todo o apoio do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, estou recebendo apoio também escoltada, indo para um lugar de segurança", complementa.
Thainara ressalta que vai se organizar e continuar trabalhando. Ainda de acordo com ela, "muito provavelmente" se ausentará um pouco das redes sociais, para montar uma estratégia de segurança para resguardar sua vida.
"Infelizmente esse é só mais um de tantos relatos de mulheres pretas LGBT que estão na política. Aquelas que ainda conseguem falar. Aquelas que ainda tem a sua vida para se defender. Eu tenho relatos de muitas que não disputaram mais as eleições por conta desse tipo de ameaça, outras tantas que andam armadas, escoltadas, de coletes à prova de balas. E infelizmente, depois de eu receber várias ameaças em comentários de Facebook, Instagram, em mensagens de WhatsApp, eu venho a receber por e-mail uma ameaça muito séria, muito detalhada", pontua.
Em nota conjunta, as Secretarias Nacionais LGBT, de Assuntos Institucionais, de Mulheres e de Juventude do PT manifestaram apoio "incondicional" e solidariedade a Thainara e repudiaram "veementemente" os ataques e ameaças feitos contra a parlamentar.
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