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EUA: eleição de republicanos no Congresso pode afetar ajuda à Ucrânia

Brecha dada por oposição seria de total interesse da Rússia para avançar com ofensiva

EUA: eleição de republicanos no Congresso pode afetar ajuda à Ucrânia
Com a oposição formando maioria no legislativo, o legado de Biden como 'principal apoio da Ucrânia' pode ser ameaçado | Reprodução/Flickr/Governo da Ucrânia
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Apesar de não provocar uma reviravolta no Congresso dos Estados Unidos, as eleições de meio de mandato já estão atendendo à expectativa dos norte-americanos. Segundo a última contagem da Associated Press, os republicanos, apoiados pelo ex-presidente Donald Trump, estão quase formando maioria na Câmara, conquistando 211 das 435 vagas. O número pode tirar a liderança dos democratas, que contam, até o momento, com 192 deputados. No Senado, por sua vez, a sigla é minoria.

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O cenário, além de dificultar os próximos dois anos do governo de Joe Biden, também atinge um ponto crucial: a guerra na Ucrânia. Isso porque, desde o início da invasão russa, o chefe de Estado vem anunciando apoio ao governo ucraniano, auxiliando o país com o envio de pacotes monetários, suprimentos básicos e, sobretudo, armamento militar. As ofertas, no entanto, precisam passar por avaliação no Congresso, que, até então, tinha como maioria os democratas, o que facilitava a aprovação das propostas.

"Os Estados Unidos, em termos de política internacional, sempre foram muito isolacionistas. É histórico dos Estados Unidos participar apenas em questões muito pontuais, quando interessa muito. Por isso, há essa tendência de se isolar, especialmente do ponto de vista do Congresso", explica Denise Lícia Gasparini, professora e coordenadora do curso de Relações Internacionais da Faditu. Segundo ela, com a oposição formando maioria no legislativo, o legado de Biden como "principal apoio da Ucrânia" pode ser ameaçado.

Tal brecha seria de total interesse russo, uma vez que Moscou poderia fortalecer o exército e não esperar ataques ucranianos com armamentos de alta tecnologia. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, por exemplo, afirmou que estava acompanhando "de perto" as eleições de meio de mandato, porque tem o conhecimento de que uma parte dos republicanos é a favor da independência de defesa da Europa, ainda auxiliada pelo país, bem como da redução de assistência militar à Ucrânia.

"Eu acredito que essa percepção da Rússia de querer um Congresso majoritariamente republicano seja, justamente, por haver uma paralisia decisória. Uma maioria de republicanos não vai deixar Biden governar e o presidente não vai conseguir auxiliar a Ucrânia. Isso é uma vantagem para a Rússia, já que Moscou não está, no momento, ganhando esse conflito", pontua Denise.

Na última 6ª feira (11.nov), o secretário de Estado, Antony Blinken, anunciou mais um pacote de ajuda militar à Ucrânia, que deve passar pelo Congresso. Dessa vez, o montante será de US$ 400 milhões e contará com o envio de quatro sistemas de defesa aérea para conter os bombardeios russos em infraestruturas de energia elétrica. Com a soma do valor, o governo Biden já disponibilizou, desde o início do conflito militar, mais de US$ 18,6 bilhões em assistência à segurança dos ucranianos.

"É uma questão de política interna. O movimento trumpista está cada vez mais forte entre os republicanos. Mesmo sendo próximo do [presidente da Rússia Vladimir] Putin, Trump precisa mostrar para os republicanos e para os eleitores que ele é capaz de conseguir resolver o problema e, até mesmo, se contrapor a Putin. Ele precisa disso. Então, há essa percepção, no caso dos republicanos, de não deixar que os democratas auxiliem a Ucrânia, porque, em uma próxima eleição, isso pode ajudar", explica a professora.

Apesar da troca de parlamentares, as eleições presidenciais dos Estados Unidos acontecem apenas em 2024, mas tanto Trump como Biden já afirmaram que pretendem disputar o pleito. Projeções internacionais apontam, contudo, que o ex-presidente pode ter um grande adversário nas primárias do partido: Ron DeSantis. O político foi reeleito governador da Flórida, também na chamada midterm, com quase 60% dos votos, maior vitória eleitoral no estado desde 1982. 

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