Seis mulheres são presas por exploração infantil no Rio
Elas obrigavam crianças a trabalhar mais de 10 horas por dia pedindo dinheiro pelas ruas do Leblon
Seis mulheres foram presas em flagrante nesta 5ª feira (6.out) por exploração de trabalho infantil, no Rio de Janeiro. As criminosas obrigavam crianças e adolescentes a passar mais de dez por dia vendendo doces e pedindo dinheiro em bairros nobres, como Leblon e Ipanema.
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A Polícia Civil comprovou o esquema de exploração depois de receber denúncias de moradores e comerciantes da região. De acordo com as investigaçõs, Leandra Santos Pinheiro da Silva, Priscila Monique de Oliveira Siqueira, Paloma Cristina Lopes Nascimento, e outras três mulheres que não tiveram a identidade divulgada, utilizavam os próprios filhos e filhos de moradores do Complexo do Alemão, Jacaré, Nova Holanda e Mandela, como pedintes.
As crianças, de criança de colos a adolescentes, eram orientadas a abordar pedestres pedindo dinheiro para comprar doces e assim revende-los. Eles também eram obrigados a mendigar por alimentos e fraldas que posteriormente eram vendidos nas comunidades pelas mulheres. Em depoimento à polícia, uma das vítimas, de 15 anos, deu detalhes de como funcionava o crime e informou que a arrecadação chegava, em média, a R$ 150 por dia, mas, quanto menor a criança, maior a rentabilidade, com um dos menores, de somente 5 anos, obtendo R$ 700 em um só dia.
Ainda segundo a vítima, eles chegavam na região às 9h da manhã e ficam até as 23h, quando passa o último ônibus para o Complexo do Alemão. No meio tempo, todos os menores ficavam sem comer pois a obrigação era alimentar primeiro os adultos. Ainda de acordo com o relato, por vezes, as crianças ficavam no local sem nenhum monitoramento enquanto as suspeitas aguardavam a quarteirões de distância para "estimular" os pedestres a terem pena.
O crime foi comprovado pela Polícia Civil, que acompanhou a rotina do grupo e gravou imagens das crianças pedindo dinheiro até mesmo em dias de chuva.
A prisão foi feita por policiais da 14ª DP, do Leblon, que acionou o Conselho Tutelar. As suspeitas foram encaminhadas para Benfica, onde permanecem à disposição da justiça. Com elas, foi arrecadado material destinado à venda pelas crianças.
Elas devem responder pela prática dos crimes de Associação Criminosa, Abandono de Incapaz, Abandono Material e Submeter Criança ou Adolescente a Vexame ou Constrangimento.