Putin fala em "purificar" a Rússia dos "traidores" contrários à guerra
Em pronunciamento, o presidente russo sinalizou que irá aumentar repressão de discursos em apoio à Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sinalizou que irá aumentar a repressão de manifestações contrárias à guerra na Ucrânia. Em pronunciamento, nesta 5ª feira (17.mar), Putin classificou os russos que criticam a invasão ao território ucraniano como "traidores nacionais" e disse que o país se beneficiaria com uma "autopurificação" desses opositores.
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"Qualquer povo, e ainda mais o povo russo, sempre será capaz de distinguir os verdadeiros patriotas dos que são escória e traidores, e simplesmente o cuspirão, como um mosquito que acidentalmente voou em suas bocas", ameaçou o presidente russo. "Estou convencido de que uma autopurificação, tão natural e necessária da sociedade, só fortalecerá nosso país".
Vladimir Putin também criticou a parcela da população russa que concorda com os ideais ocidentais, alegando que essas pessoas seriam instrumentos de outras nações para desestabilizar a Rússia. "O Ocidente tentará confiar na chamada 'quinta coluna', nos traidores nacionais, naqueles que ganham dinheiro aqui conosco, mas vivem lá. E quero dizer 'viver lá' nem mesmo no sentido geográfico da palavra, mas de acordo com seus pensamentos, sua consciência servil. (...) E há apenas um objetivo, já falei sobre isso: a destruição da Rússia", declarou o líder russo. O termo 'quinta coluna' era utilizado, durante a Guerra Civil Espanhola, para se referir a simpatizantes do inimigo.
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O presidente russo ainda minimizou as sanções econômicas anunciadas pelos Estados Unidos e por países da União Europeia, alegando que as restrições de fato causaram alguns problemas, mas também criaram oportunidades. "A partir de agora, as grandes empresas russas podem se instalar e investir na Crimeia", anunciou Putin, liberando o ex-território ucraniano, anexado pela Rússia, em 2014, para novos empreendimentos. Até então, investidores russos tinham receio de expandir seus negócios para a região por medo de represálias do Ocidente.
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