Cientistas do Chile recomendam 3ª dose da CoronaVac após 6 meses
Estudos mostram que a eficácia pode se reduzir com o tempo devido ao surgimento de novas cepas do coronavírus
Cientistas que estão na fase final do ensaio clínico sobre os efeitos causados pela vacina CoronaVac na população chilena, recomendam a aplicação da terceira dose do imunizante após 6 meses. Segundo estudos, os níveis de anticorpos gerados pela vacina podem ser reduzidos com o tempo devido ao surgimento de novas variantes do novo coronavírus.
"Nossos resultados mostram que seis meses após a vacinação, anticorpos neutralizantes e linfócitos T específicos ainda são detectados no sangue dos vacinados, mas seus níveis estão reduzidos quando comparados ao observado quatro semanas após a segunda dose. Diante da presença de variantes que requerem maior nível de anticorpos neutralizantes para bloquear a entrada do vírus e possivelmente da doença sintomática, parece aconselhável aplicar doses de reforço a partir do sexto mês contando a partir da primeira dose para amplificar a quantidade de anticorpos, neutralizadores circulantes", diz o relatório da pesquisa.
Os líderes do estudo ressaltam ainda que um ensaio in vitro para determinar a eficácia do imunizante contra a variante Delta, originalmente detectada na Índia, apontou para um quarto de eficácia na neutralização contra a nova cepa.
Segundo o jornal de Santiago La Tercera, apenas 2% dos voluntários completamente imunizados desenvolveram a doença. "Isso significa que 98% dos indivíduos vacinados com o esquema completo não desenvolveram covid-19 sintomática", conclui o relatório.
O Chile apostou fortemente na CoronaVac, utilizando-a para implementar uma das campanhas de vacinação mais rápidas do mundo. Até o momento, o país já aplicou 18,1 milhões de doses da CoronaVac, além das vacinas desenvolvidas pela Pfizer-BioNTech, AstraZeneca e Cansino, imunizando 76% de sua população adulta com as duas doses.