Pesquisadores criam robô capaz de desinfetar ambientes com coronavírus

Pesquisadores de três instituições federais desenvolveram uma tecnologia capaz de desinfetar ambientes e eliminar micro-organismos como o novo coronavírus. A ferramenta inteligente, que recebeu o nome de "robô Aurora", realiza a gravação do trajeto que precisa ser higienizado com a utilização de radiação, e já está sendo usada em caráter experimental no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com o pesquisador e professor do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) Frederico Duarte, a ideia surgiu no início da pandemia e se apresentou como uma eficiente solução nas ações de combate à covid-19, unindo-se a outros projetos desenvolvidos por instituições públicas do Brasil. "Esperamos que seja usado para diminuir o risco de contaminação das pessoas por outros agentes patológicos, como fungos e bactérias, principalmente em ambientes hospitalares", explicou o docente.

Inicialmente, o equipamento funciona por intermédio de um operador, que utiliza uma Interface Homem Máquina (IHM), para estabelecer o caminho a ser percorrido pelo robô Aurora durante a desinfecção. Ao fim do procedimento, o trajeto fica gravado na memória da ferramenta para que o funcionário possa se retirar do ambiente.

Ainda de acordo com o pesquisador responsável pelo projeto, o robô não oferece riscos, uma vez que seu funcionamento não depende de um operador. Segundo Duarte, por utilizar radiação ultravioleta na banda C (UVC), o equipamento foi programado para desempenhar suas funções de forma autonôma. "A radiação atua danificando o material genético de organismos vivos, como bactérias e fungos, ou vírus."

A iniciativa reúne pesquisadores do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Campus Recife; a UFPE; e o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE). Até o momento, foram construídas 10 unidades do robô, que serão utilizadas em hospitais e instituições de ensino.