EUA revogam uso emergencial da cloroquina no tratamento da Covid-19
Agência reguladora americana retirou a permissão emergencial para o uso do remédio no tratamento contra o coronavírus, já que eficácia não foi comprovada
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A FDA, Administração de Alimentos e Medicamentos (inglês), agência federal norte-americana reguladora, revogou a autorização emergencial dada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o uso de remédio contra malária no tratamento de covid-19. Segundo pesquisa feita pela agência, não há evidências de que essa droga funcione contra o coronavírus e pode causar sérios efeitos colaterais.
A FDA informou que os medicamentos hidroxicloroquina e cloroquina podem causar complicações cardíacas, além de que os benefícios dos medicamentos "não superam os riscos conhecidos e potenciais".
Esses remédios antigos, prescritos também para lúpus e artrite reumatóide, podem levar a problemas de ritmo cardíaco, pressão arterial severamente baixa e danos nos músculos e nervos.
A medida significa que, as remessas dos medicamentos obtidos pelo governo federal americano não serão mais distribuídas às autoridades de saúde estaduais e locais dos Estados Unidos para uso contra o coronavírus. Os remédios ainda estão disponíveis para usos alternativos, portanto, os médicos dos EUA ainda podem receitá-los para o tratamento da covid-19, prática conhecida como prescrição off-label.
O Dr. Steven Nissen, pesquisador da Cleveland Clinic e um recorrente consultor da FDA, concordou com a decisão feita e disse que, em primeiro lugar, não teria concedido a permissão de emergência.
"Nunca houve nenhuma evidência de alta qualidade sugerindo que a hidroxicloroquina seja eficaz no tratamento ou prevenção de contágio do coronavírus", disse o pesquisador.
Trump diversas vezes insistiu no uso do medicamento desde as primeiras semanas da pandemia e surpreendeu os profissionais da medicina quando revelou que tomou o medicamento preventivamente contra o contágio.
A FDA concedeu o uso emergencial dos medicamentos para pacientes com coronavírus no final de março de 2020, ao mesmo tempo em que o governo dos Estados Unidos aceitou 30 milhões de doses de hidroxicloroquina e cloroquina, que foram doadas por dois fabricantes estrangeiros de medicamentos. Milhões dessas doses foram enviadas para hospitais dos EUA para tratar pacientes, que não foram incluídos em testes clínicos.
Mas, a FDA, anteriormente, alertou os médicos de que haviam relatos de efeitos colaterais perigosos e problemas cardíacos relatados em centros de controle de intoxicações e outros sistemas de saúde. A agência informou nesta segunda-feira (15) a autorização em consulta com a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (sigla em inglês BARDA), que havia solicitado o uso emergencial.
O ex-diretor da BARDA disse, em abril, que foi destituído de seu cargo porque tinha resistido à pressão política dos aliados de Trump para permitir o uso generalizado dos remédios. Rick Bright disse que trabalhou com a equipe sênior da FDA para limitar a autorização dos medicamentos a pacientes hospitalizados com covid-19 e sob supervisão profissional.
Entre outras questões, Bright se opôs ao fato de que algumas das doses importadas pelo governo dos EUA foram fabricadas em instalações na Índia e no Paquistão, que não haviam sido visitadas e aprovadas pelo FDA.
O FDA informou que testou os medicamentos importados para confirmar se eles cumpriam com os padrões de segurança e qualidade da agência.
*Com informações da Associated Press
A FDA informou que os medicamentos hidroxicloroquina e cloroquina podem causar complicações cardíacas, além de que os benefícios dos medicamentos "não superam os riscos conhecidos e potenciais".
Esses remédios antigos, prescritos também para lúpus e artrite reumatóide, podem levar a problemas de ritmo cardíaco, pressão arterial severamente baixa e danos nos músculos e nervos.
A medida significa que, as remessas dos medicamentos obtidos pelo governo federal americano não serão mais distribuídas às autoridades de saúde estaduais e locais dos Estados Unidos para uso contra o coronavírus. Os remédios ainda estão disponíveis para usos alternativos, portanto, os médicos dos EUA ainda podem receitá-los para o tratamento da covid-19, prática conhecida como prescrição off-label.
O Dr. Steven Nissen, pesquisador da Cleveland Clinic e um recorrente consultor da FDA, concordou com a decisão feita e disse que, em primeiro lugar, não teria concedido a permissão de emergência.
"Nunca houve nenhuma evidência de alta qualidade sugerindo que a hidroxicloroquina seja eficaz no tratamento ou prevenção de contágio do coronavírus", disse o pesquisador.
Trump diversas vezes insistiu no uso do medicamento desde as primeiras semanas da pandemia e surpreendeu os profissionais da medicina quando revelou que tomou o medicamento preventivamente contra o contágio.
A FDA concedeu o uso emergencial dos medicamentos para pacientes com coronavírus no final de março de 2020, ao mesmo tempo em que o governo dos Estados Unidos aceitou 30 milhões de doses de hidroxicloroquina e cloroquina, que foram doadas por dois fabricantes estrangeiros de medicamentos. Milhões dessas doses foram enviadas para hospitais dos EUA para tratar pacientes, que não foram incluídos em testes clínicos.
Mas, a FDA, anteriormente, alertou os médicos de que haviam relatos de efeitos colaterais perigosos e problemas cardíacos relatados em centros de controle de intoxicações e outros sistemas de saúde. A agência informou nesta segunda-feira (15) a autorização em consulta com a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado (sigla em inglês BARDA), que havia solicitado o uso emergencial.
O ex-diretor da BARDA disse, em abril, que foi destituído de seu cargo porque tinha resistido à pressão política dos aliados de Trump para permitir o uso generalizado dos remédios. Rick Bright disse que trabalhou com a equipe sênior da FDA para limitar a autorização dos medicamentos a pacientes hospitalizados com covid-19 e sob supervisão profissional.
Entre outras questões, Bright se opôs ao fato de que algumas das doses importadas pelo governo dos EUA foram fabricadas em instalações na Índia e no Paquistão, que não haviam sido visitadas e aprovadas pelo FDA.
O FDA informou que testou os medicamentos importados para confirmar se eles cumpriam com os padrões de segurança e qualidade da agência.
*Com informações da Associated Press
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