Ucrânia diz que Rússia prepara ofensiva no sudeste do país
Autoridades ucranianas indicam que os russos querem tomar Popasna, Rubizhne e o porto de Mariupol
Militares ucranianos que lutam contra a invasão russa no país afirmam que as tropas militares do presidente Vladmir Putin estão preparando nesta terça-feira (05.abr) uma ofensiva no sudeste da Ucrânia. Ainda segundo as autoridades da Ucrânia, governo russo está posicionando soldados no leste da Ucrânia para ganhar o controle do centro industrial conhecido como Donbass. Isso ocorre após uma retirada russa das cidades ao redor da capital, Kiev, que levou à descoberta de cadáveres, provocando acusações de crimes de guerra e demandas por sanções mais duras a Moscou.
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As forças russas estão concentradas em tomar as cidades de Popasna e Rubizhne nas regiões de Donetsk e Luhansk e o porto de Mariupol, no Mar Negro. Donetsk e Luhansk são controlados por separatistas apoiados pela Rússia e reconhecidos por Moscou como estados independentes. O Estado-Maior ucraniano disse que o acesso a Kharkiv, no leste, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi bloqueado.
"O inimigo está reagrupando tropas e concentrando seus esforços na preparação de uma operação ofensiva no leste de nosso país. O objetivo é estabelecer controle total sobre o território das regiões de Donetsk e Luhansk", informa o comunicado do Estado-Maior da Ucrânia.
Ainda nesta terça (05.abr), o Conselho de Segurança da ONU promove mais um encontro para tratar da guerra. Está prevista a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O líder deve exigir uma investigação de possíveis crimes de guerra, após a descoberta de corpos de pelo menos 410 civis encontrados em Bucha, nos arredores de Kiev, que foram recapturados das forças russas.
Depois de visitar os bairros de Bucha e falar com sobreviventes que faziam fila para comprar pão, Zelensky prometeu que a Ucrânia trabalharia com a União Europeia e o Tribunal Penal Internacional para identificar combatentes russos envolvidos em quaisquer atrocidades.
"Chegará o momento em que todos os russos saberão toda a verdade sobre quem entre seus concidadãos matou, quem deu ordens, quem fez vista grossa aos assassinatos", disse ele.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, descartou as cenas do lado de fora de Kiev como uma "provocação anti-russa encenada". O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as imagens continham "sinais de falsificação de vídeo e várias falsificações". A Rússia rejeitou alegações anteriores de atrocidades como invenções da Ucrânia.