Lula aguarda posição de Milei para definir estratégia com Argentina
Com desgaste em movimento de argentino com Bolsonaro, governo gesto por ofensas e analisa nome para a posse
O governo brasileiro vai aguardar os próximos movimentos do presidente eleito na Argentina, Javier Milei, para definir a estratégia que será adotada na relação com o país. Além de críticas feitas no passado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a proximidade do argentino ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a causar desconforto na Esplanada.
Milei conversou com Bolsonaro após o resultado das eleições e, segundo o político, fez convite para que ele e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) comparecessem à posse presidencial argentina no próximo mês. O aceno foi visto de forma negativa na relação com o atual governo.
+ Bolsonaro conversa com Milei por telefone e diz que foi convidado para a posse
Nos bastidores, a análise é que a Argentina precisa fazer gestos para buscar uma proximidade com a equipe de Lula. A crise econômica a qual o país enfrenta transfere ao vizinho a busca por parceria.
Chamado de corrupto por Milei, Lula não irá à posse do eleito. A informação foi confirmada ao SBT News por Celso Amorim, assessor especial da presidência em assuntos internacionais.
O presidente apoiava a candidatura do outro candidato argentino, Sergio Massa, atual ministro da Economia do país. O governo ainda vai analisar um substituto para o evento de posse - possivelmente o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O presidente Lula não parabenizou Milei pela vitória. E ministros do governo adotaram diferentes posições. O titular da Fazenda, Fernando Haddad, que já criticou o político argentino, disse que é melhor "aguardar" os desdobramentos.
Enquanto o ministro das Comunicações, Paulo Pimenta, disse que, no lugar de Lula, só ligaria para Milei caso recebesse um pedido de desculpas.
"Eu não ligaria [para parabenizar Milei]. Só depois que ele me ligasse para me pedir desculpa. Ofendeu de forma gratuita o presidente Lula, cabe a ele um gesto como presidente eleito, de ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar", afirmou o ministro.
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