Lula defende investimento público como indutor do desenvolvimento
Presidente da República afirmou que bancos públicos devem ofertar créditos mais baratos e alertou sobre questão climática
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Estado deve atuar como principal incentivador do desenvolvimento do país. "A gente não precisa diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada", disse o presidente a empresários, em discurso no Palácio do Itamaraty.
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"No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para dormir no chão. A gente não vai vender ativos públicos. Vai fazer com que eles se tornem tão competitivos, para que compartilhem relação com a iniciativa privada, para que a gente possa melhorar [...] o Estado, se não se meter a ser empresário e se colocar como indutor do desenvolvimento de um país, podemos ter um Estado fazendo investimento sadio para poder crescer", acrescentou.
Após ter dito na última semana que o Brasil não ia cumprir a meta fiscal de déficit zero, Lula prometeu aos empresários que o governo vai garantir estabilidade política, fiscal e jurídica a fim de criar um ambiente positivo para os investimentos.
"Queremos garantir a possibilidade de vocês colocarem a inteligência empresarial para que este país cresça cada vez mais", disse Lula. E questionou: "Ao invés de US$ 600 e pouco bilhões de comércio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a US$ 1 trilhão de dólares de comércio exterior?".
Lula defendeu o desenvolvimento de uma economia verde, com indústria e agricultura com maior tecnologia. Segundo o presidente, o Brasil possui oportunidades e potencial para atrair novos investimentos e que os bancos públicos vão oferecer crédito mais barato para facilitar investimentos, e citou como exemplo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"O BNDES vai voltar a ser um banco de investimento e desenvolvimento para que possa restabelecer a possibilidade de emprestar dinheiro a taxa de juros baixos e de longo prazo." Ele acrescentou que o governo não vai subsidiar negócios, apenas incentivar.
Lula também chamou atenção para as mudanças climáticas e enfatizou a urgência da questão e citou a ministra Marina Silva como uma referência na área.
"Ao invés de alguém não gostar da Marina porque ela defende muito a Amazônia, precisa começar a gostar da Marina, porque ela começou a fazer por nós aquilo que já deveríamos fazer por nós mesmos", afirmou.