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Veja destaques do discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU

Presidente falou sobre questões ambientais, criticou o embargo a Cuba, defendeu Assange e disse que "Brasil está de volta"

Veja destaques do discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou, nesta 3ª feira (19.set), na abertura do debate-geral da Assembleia Geral das Nações Unidas, nos Estados Unidos. Relembrando sua primeira participação no Parlamento Mundial, há 20 anos, o petista destacou em sua fala, de cerca de 20 minutos, o combate às desigualdades.

Em seu discurso, ele ainda aproveitou para anunciar que "o Brasil está de volta" e se manifestar sobre questões ambientais, a prisão de Julian Assange, o embargo econômico a Cuba e criticar o Conselho de Segurança da ONU. Veja os principais pontos do discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU.

- Tragédias ambientais

Lula começou sua fala prestando solidariedade às vítimas do terremoto no Marrocos, das enchentes na Líbia e do ciclone no Rio Grande do Sul.

"Desejo expressar minhas condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia. A exemplo do que ocorreu recentemente no estado do Rio Grande do Sul no meu país, essas tragédias ceifam vidas e causam perdas irreparáveis. Nossos pensamentos e orações estão com todas as vítimas e seus familiares", disse ele.

- Combate às desigualdades

O presidente usou grande parte de seu discurso para falar sobre desigualdades. Para Lula, é preciso indignação para vencer esse tema.

"A desigualdade precisa inspirar indignação. Indignação com a fome, a pobreza, a guerra, o desrespeito ao ser humano. Somente movidos pela força da indignação poderemos agir com vontade e determinação para vencer a desigualdade e transformar efetivamente o mundo a nosso redor", afirmou.

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- Mudanças climáticas

Lula pediu por uma "correção de rumos" dos países com relação à emergência climática.

"Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar desigualdades históricas. Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissões de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correção de rumos e a implementação do que já foi acordado", afirmou.

Os mais afetados por essas mudanças, segundo o presidente brasileiro, são os países do Sul Global, enquanto "os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera".

- Democracia no Brasil e retorno ao protagonismo mundial

"Se hoje retorno na honrosa condição de presidente do Brasil, é graças à vitória da democracia em meu país. A democracia garantiu que superássemos o ódio, a desinformação e a opressão. A esperança, mais uma vez, venceu o medo. Nossa missão é unir o Brasil e reconstruir um país soberano, justo, sustentável, solidário, generoso e alegre", disse Lula.

O presidente afirmou que, em 2023, o Brasil está resgatando o universalismo da política externa, com diálogo respeitoso com todos os países.

"O Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais", afirmou o presidente, que foi aplaudido na sequência. Foi a primeira de sete ocasiões em que Lula ouviu as palmas dos presentes.

- Desenvolvimento sustentável

Lula afirmou que a maioria dos objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela Agenda 2030 da ONU, um plano global para atingir um mundo melhor para todos os povos e nações, "caminha em ritmo lento".

"No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente", destacou ele.

- Amazônia

"O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia está falando por si", disse Lula, que citou a Cúpula de Belém, realizada "no coração" da Amazônica, e a redução do desmatamento na região - que segundo ele chegou a 48%.

"Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região", afirmou.

- Defesa do multilateralismo e críticas a organismos internacionais

Para Lula, o princípio de igualdade soberana entre as nações, que dá base ao multilateralismo, está "sendo corroído".

Segundo o presidente brasileiro, a chegada de novos países ao grupo do BRICS vai fortalecer "a luta por uma ordem que acomode a pluralidade econômica, geográfica e política do século 21" e a cooperação entre países do Sul Global.

Lula criticou a reprodução de desigualdades feita por instituições como o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio. 

"Quando as instituições reproduzem as desigualdades, elas fazem parte do problema, e não da solução. No ano passado, o FMI disponibilizou 160 bilhões de dólares em direitos especiais de saque para países europeus, e apenas 34 bilhões para países africanos. A representação desigual e distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é inaceitável", disse ele.

- Neoliberalismo e direitos trabalhistas

A desigualdade econômica, que deixou uma "massa de deserdados e excluídos", foi agravada pelo neoliberalismo, afirmou Lula.

"Repudiamos uma agenda que utiliza os imigrantes como bodes expiatórios, que corrói o Estado de bem-estar e que investe contra os direitos dos trabalhadores", disse o presidente brasileiro.

Ainda sobre os direitos dos trabalhadores, ele afirmou que "aplicativos e plataformas não devem abolir as leis trabalhistas pelas quais tanto lutamos". Lula e Joe Biden, presidente dos EUA, devem lançar, na 4ª feira (20.set), um documento chamado de "Coalizão Global pelo Trabalho", em que vão defender, entre outras coisas, direitos aos trabalhadores de aplicativos.

- Julian Assange

Lula defendeu o ativista Julian Assange, fundador do WikiLeaks, em seu discurso. Assange publicou documentos americanos secretos sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão e milhares de telegramas diplomáticos e e-mails confidenciais.

"É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista, como Julian Assange, não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima. Nossa luta é contra a desinformação e os crimes cibernéticos", afirmou o petista.

- Críticas ao Conselho de Segurança da ONU

Segundo Lula, o Conselho de Segurança da ONU está perdendo progressivamente sua credibilidade.

"Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia", declarou ele.

- Embargo a Cuba

O presidente brasileiro criticou o embargo econômico e financeiro a Cuba. Segundo ele, as sanções prejudicam, principalmente, a população da ilha.

"O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo", disse Lula.

+ "A Rússia é a única que tem poder de terminar esta guerra imediatamente", diz Biden na ONU

- Guerra na Ucrânia e cultura de paz

Nesse trecho do discurso, Lula começou afirmando que a cultura de paz é um dever de todos e requer "persistência e vigilância".

"A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU", disse o presidente, destacando que tem trabalhado para criar espaços de negociações.

"Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Mas nenhuma solução será duradoura se não for baseada no diálogo", completou Lula.

Ele ainda citou as crises e disputas em outros países, relembrando também o conflito para criação de um Estado palestino.

"É perturbador ver que persistem antigas disputas não resolvidas e que surgem ou ganham vigor novas ameaças. Bem o demonstra a dificuldade de garantir a criação de um Estado para o povo palestino. A este caso se somam a persistência da crise humanitária no Haiti, o conflito no Iêmen, as ameaças à unidade nacional da Líbia e as rupturas institucionais em Burkina Faso, Gabão, Guiné-Conacri, Mali, Níger e Sudão", afirmou.

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