Dino diz que governo vai fechar clubes de tiro "que não cumprem a lei"
Em entrevista ao programa "Bom dia, Ministro", Dino afirmou que há desvio de armas para facções criminosas
O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o governo pretende aumentar a fiscalização e regulamentar os clubes de tiro para "afastar do mercado os maus profissionais".
"Os clubes de tiro cresceram nos últimos anos sem nenhuma regulamentação. Você têm clubes sérios, clubes que de fato se dedicam à atividade esportiva, infelizmente, por trás de atividades legais, vêm se implantando atividades ilegais, criminosas", afirmou o ministro.
A declaração foi dada nesta 4ª feira (26.jul) no programa "Bom dia, ministro" do Canal Gov, novo canal estatal da EBC.
Segundo Dino, a polícia já identificou clubes que vendem armas para quadrilhas e facções. Ele disse que "lamenta" quem reclama com o "discurso falso de defesa liberdade" ao defender estes estabelecimentos.
"O presidente tem alertado para separar o joio do trigo. Então, quem é colecionador de verdade, ok. Caçador, atirador esportivo, muito bem, é uma atividade legítima. Agora o presidente deu essa diretriz e vamos cumprir, para intensificar a fiscalização nos clubes de tiro. E aqueles que não cumprem a lei obviamente serão fechados", disse.
A fala de Dino acontece depois de o presidente Lula afirmar que quer fechar "quase todos" os clubes de tiro na live "Conversa com o Presidente", da 3ª feira (25.jul). A declaração de Lula motivou críticas de parlamentares ligados ao tema, como Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública na Câmara.
Facções criminosas
Grande parte da entrevista à EBC tratou do combate às organizações criminosas. O ministro afirmou que o governo federal tem "descapitalizado" as facções, citou o aumento na apreensão de armas e drogas e também disse que o ministério determinou o fortalecimento da parceria com polícias estaduais.
O ministro também citou a reunião que fez com plataformas de internet, para combater grupos extremistas. Dino disse que o governo salvou "milhares de vidas" no monitoramento destas comunidades e lembrou do projeto de lei que foi enviado ao congresso para transformar os homicídios em escolas em crime hediondo.