Lula defende resposta "rápida e contundente" à carta da União Europeia
Brasileiro assume a liderança do bloco durante Cúpula do Mercosul que acontece na Argentina
Nesta terça-feira, o Brasil assumiu a presidência temporária e rotativa pelos próximos seis meses do Mercosul, que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Durante a reunião entre os chefes de Estado do bloco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o seu comprometimento com a conclusão do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia e criticou exigências de última hora feitas pelo bloco europeu.
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O brasileiro repetiu o que havia falado durante a live Conversa com Presidente de que as exigências do bloco europeu são inaceitáveis e que os acordos envolvendo o bloco sul-americano devem ir além de ser apenas exportadores de matérias-primas e commodities.
"O instrumento adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaças de sanções. É imperativo uma resposta rápida e contundente. É inadimissível abrir mão do poder de compra do Estado, um dos poucos instrumentos de política industrial que nos restam. Não temos interesse em acordos que nos condenem a eterno papel de exportador de matérias-primas, minérios e petróleo", declarou.
Lula também defendeu a criação de uma moeda comum no bloco para que as transações comerciais não precise transacionar em dólar, como costuma acontecer hoje. "A adoção de uma moeda comum para realizar operações de compensação entre nossos países contribuirá para reduzir custos e facilitar ainda mais a convergência." E e a colocou: "Falo de uma moeda de referência específica para o comércio regional, que não eliminará as respectivas moedas nacionais".
Ainda sobre o comércio entre as nações do Mercosul, Lula pediu a inclusão de setores na gama de produtos que integram o livre comércio na região.
"Temos uma agenda inacabada com dois setores ainda excluídos do livre comércio: o automotivo e o açucareiro. E buscaremos, também, concluir a oitava rodada de liberalização do comércio de serviços."
Lula recebeu a presidência do Mercosul do presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que criticou as atitudes "protecionistas" da União Europeia.