Na ONU, Anielle Franco cita ataque contra Vini Jr. e cobra combate ao racismo
Ministra da Igualdade Racial participou do II Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes; Presidente Lula enviou vídeo
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou nesta 3ª feira (30.mai), da mesa de abertura do II Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA). Em seu discurso, a ministra reforçou o compromisso do Brasil no combate ao racismo e pediu solidariedade ao jogador Vinícius Jr.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Nós, governo brasileiro e sociedade civil, estamos aqui para firmar o compromisso do Brasil com o mundo na liderança do combate ao racismo e na promoção de políticas de memória e reparação como pilar central das democracias modernas", disse Anielle.
A ministra também defendeu que a redução eficaz das desigualdades social, de gênero e econômica só será eficaz quando o combate ao racismo estiver no centro da geopolítica global.
"A paz, a democracia, a segurança internacional, o combate às desigualdades e a garantia de direitos humanos só irão coexistir quando os séculos de racismo sistêmico -- que tem como característica a desumanização, a subjugação, o trauma, o apagamento de nossa cultura e a violência psicossocial -- forem reparados", afirmou.
"Este Fórum Global representa a esperança de um futuro em que nenhum outro Vinícius Jr tenha que passar pela violência e ódio apenas por sua cor de pele", pontuou Anielle, que foi apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em vídeo enviado à organização do Fórum, Lula cobrou a participação de todos na luta contra o racismo.
"O racismo transcende fronteiras, como ficou demonstrado nas constantes ofensas sofridas pelo jogador brasileiro Vini Júnior. Se Vini Júnior, um jovem de 22 anos, é capaz de se insurgir contra multidões hostis, não resta dúvida de que podemos e devemos fazer mais para interromper esse circuito desumanizador de violência", frisou.
No vídeo, o presidente ainda destacou o interesse do Brasil em receber uma sessão do Fórum. "Mais do que nunca, esse Fórum é fundamental para avançar na Declaração das Nações Unidas sobre o Direito dos Afrodescendentes. A delegação brasileira reitera seu compromisso com a bandeira da igualdade racial no âmbito interno e internacional, deixando portas abertas para a realização da sessão do Fórum no Brasil", reforçou.