Marina Silva veta a pesca da tainha para o setor industrial
Espécie está ameaçada de extinção; registros indicam que, em 2022, retirada do pescado foi 5 vezes maior
O Ministério do Meio Ambiente vetou a pesca da tainha para o setor da indústria. O peixe está em extinção e entrou em um modelo de "pesca especial temporária", conforme define publicação do Diário Oficial da União desta 4ª feira (1º.mar).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
A portaria retirou toda a cota antes disponível para a área industrial - uma redução de 68%. A determinação, também assinada pelo ministro da Pesca e Aquicultura, André Carlos Filho, define ainda uma cota para pescadores. A pesca e consumo do peixe é uma tradição no Sul e no Sudeste.
Pelos registros de captura da tainha, em 2022 foi pescado um volume de 4.500 toneladas do peixe - em outros anos, a média foi de 828 toneladas. O que indica um crescimento de cinco vezes do consumo do peixe.
No período de aumento, o setor da pesca estava sob comando de Jorge Seif. Ex-secretário de Aquicultura e Pesca do ex-presidente Jair Bolsonaro, ele é atualmente senador por Santa Catarina, pelo mesmo partido do ex-mandatário.
Em nota, o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), afirma que os dados que mostraram aumento foram autodeclarados - e que, possivelmente, não correspondem à realidade. O grupo também afirma que a decisão dos ministérios foi definida sem contato prévio com a área.
Em estudo, a organização Oceana afirma que estoques da tainha estão abaixo do esperado nsa regiões Sul e Sudeste, enquanto a pesca do peixe cresceu. "Esta situação, caso permaneça, pode colocar em risco uma importante atividade econômica, que envolve milhares de pescadores artesanais e industriais. E também ameaça o equilíbrio ecológico nos ecossistemas envolvidos", diz trecho da divulgação da organização.