Publicidade

14 projetos não puderam ser aprovados com abandono do Fundo Amazônia, diz BNDES

Responsáveis por apresentá-los serão contatados para dizerem se ainda possuem interesse na aprovação

14 projetos não puderam ser aprovados com abandono do Fundo Amazônia, diz BNDES
Mercadante, Marina Silva, Paulo Teixeira e Joenia Wapichana concedem coletiva de imprensa (Reprodução/YouTube)
Publicidade

Um total de 14 projetos devidamente qualificados para serem aprovados pelo BNDES no âmbito do Fundo Amazônia tiveram a tramitação paralisada por causa do abandono da iniciativa pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O dado foi revelado pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em coletiva de imprensa feita, nesta 4ª feira (15.fev), logo após reunião de reinstalação do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

Agora, com a retomada da iniciativa pelo Governo Federal em cima dos mesmos critérios que já existiam até o abandono, será feita uma chamada para saber se os responsáveis por apresentar os projetos ainda estão interessados. Caso estejam, o BNDES vai aprová-los. "Obviamente que se supõe que estarão [interessados], pois os projetos estão dentro do escopo, são altamente necessários para ações de combate ao desmatamento, enfrentamento de queimadas, a questão das comunidades indígenas, projetos inclusive que estão voltados para a segurança alimentar junto às comunidades indígenas", disse Marina.

Segundo Mercadante, o Fundo Amazônia recebeu R$ 3,3 bilhões em doações e ganhou mais R$ 2,1 bilhões de receitas financeiras, desde sua criação, em 2008. Do total de R$ 5,4 bilhões de recursos, R$ 1,8 bi já foram repassados para projetos, sendo R$ 455 milhões na direção de produção sustentável, R$ 853 milhões para as operações de comando e controle, R$ 253 milhões para ordenamento territorial e R$ 244 milhões em ciência e tecnologia. Os 14 que terão a análise concluída, se quem apresentou ainda estiverem interessados, demandam um montante em torno de R$ 480 milhões, conforme a estimativa do BNDES. 

Foram 102 projetos aprovados e executados no âmbito do fundo desde sua criação. Dentre eles, 40 estão em andamento e exigirão um montante na ordem de R$ 230 milhões para serem continuados. A quantia será alocada, agora com a retomada do fundo, de acordo com Mercadante. O BNDES está reabrindo também a possibilidade de apresentação de novos projetos. "Estamos estabelecendo um piso de R$ 5 milhões, para que haja articulação na região interinstituições, para evitar a pulverização de recursos, para a gente poder aumentar a escala e o impacto daquilo que se faz", pontuou o presidente do banco.

Na tramitação dos novos, o BDNES vai priorizar os voltados para operações de comando e controle; proteção emergencial dos povos indígenas, em alimentação, saúde, educação e todas as políticas para proteger a vida e reverter eventual crise humanitária pela qual passam; e para estudos para retomada e avanço no ordenamento territorial.

Conforme Marina, o Fundo Amazônia foi retomado em cima dos critérios que já existiam porque estes "são estabelecidos a partir das prioridades do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal". O PPCDAm já foi colocado em prática novamente também e, em abril, terá concluído seus trabalhos. "E a partir da atualização e novas prioridades, se poderá revisitar os critérios, as prioridades e o foco para tomar os recursos do fundo, mas até lá nós vamos funcionar da forma como era até 2018", complementou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Outro dos presentes na coletiva, a ministra dos Povos Indígenas, Joenia Wapichana, disse que "é muito importante e necessário retomar o Fundo Amazônia hoje, para que a gente possa atender e tirar os povos indígenas dessa emergência em que se encontram depois desses quatro anos de abandono do Governo Federal". "É uma emergência social, é uma emergência nutricional, sanitária, provocada pelas invasões dos territórios".

Programa

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, anunciou, na coletiva, que a pasta lançará nos próximos dias um programa denominado Amazônia Mais Segura. "É um programa feito em articulação pela Polícia Federal, com a Força Nacional de Segurança, em sintonia com o Ibama, com a presença das Forças Armadas na reunião. Esse programa vai incluir a instalação de novas bases na região, terrestres, fluviais, a ampliação do efetivo, a capacitação do efetivo que lá atua e lá atuará, assim como também o investimento em soluções tecnológicas que vão nos ajudar a que o estado brasileiro retome o controle efetivo de toda a região, combatendo todas a ilegalidades que proliferaram na região nos últimos anos", afirmou o secretário. Essas ilegalidades, ressaltou, incluem o garimpo ilegal, o desmatamento e a presença de organizações criminosas.

Visita

Marina disse que o enviado especial dos EUA para o clima, John Kerry, virá ao Brasil em 27 de fevereiro, para "fazer todo um processo de conversações para chegar a termos em relação a várias agendas, inclusive a questão do aporte ao Fundo Amazônia". O presidente americano, Joe Biden, anunciou a intenção de colaborar com o fundo. França, Espanha e União Europeia (UE) sinalizaram que farão doações, segundo a ministra.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
sbtnews
governo
brasil
bndes
ministérios
fundo amazônia
projetos
recursos
tramitação
retomada
resintalação
marina silva
comitê orientador
doações
programa
justiça
meio ambiente
povos indígenas
estados unidos
guilherme-resck
economia

Últimas notícias

Lula avalia pagar R$ 5 mil para famílias atingidas por enchentes no RS

Lula avalia pagar R$ 5 mil para famílias atingidas por enchentes no RS

Governo deve fazer anúncio na quarta-feira, quando o presidente prevê nova viagem a Porto Alegre
Governo anuncia pausa no pagamento de prestações de financiamento de imóveis a famílias do RS

Governo anuncia pausa no pagamento de prestações de financiamento de imóveis a famílias do RS

Solicitações de suspensão de cobranças podem ser feitas à Caixa Econômica Federal por telefone
Caixa libera saque do FGTS para moradores de mais 12 cidades do Rio Grande do Sul

Caixa libera saque do FGTS para moradores de mais 12 cidades do Rio Grande do Sul

Liberação pode ser solicitada por meio do Aplicativo FGTS e o valor máximo para retirada é de R$ 6.220 por conta vinculada
No Rio, ônibus da PM colide com BRT após invadir pista exclusiva na Avenida Brasil

No Rio, ônibus da PM colide com BRT após invadir pista exclusiva na Avenida Brasil

Nas imagens, é possível ver o momento que o veículo da PM invade, bate no ônibus, da linha 90
Vídeo: prefeito de Cantagalo, no RJ, discute e xinga eleitores em cima de palco

Vídeo: prefeito de Cantagalo, no RJ, discute e xinga eleitores em cima de palco

Momento foi gravado e publicado nas redes sociais
Ex-advogado de Trump depõe sobre acusações de ex-atriz pornô

Ex-advogado de Trump depõe sobre acusações de ex-atriz pornô

Michael Cohen teria sido responsável por pagamentos para ocultar relação extraconjulgal de Stormy Daniels com o ex-presidente
Podemos desenvolver alergias alimentares já adultos, como atriz Jeniffer Nascimento?

Podemos desenvolver alergias alimentares já adultos, como atriz Jeniffer Nascimento?

Atriz Jeniffer Nascimento sofreu uma crise alérgica após ingerir lagosta, mesmo já sendo acostumada com o alimento; especialista explica
Lula vai ao RS na quarta-feira para anunciar novas medidas para atender atingidos pelas chuvas

Lula vai ao RS na quarta-feira para anunciar novas medidas para atender atingidos pelas chuvas

Presidente participará de reuniões para debater novas ações do governo antes de embarcar para Porto Alegre
Leite diz que dívida do Rio Grande do Sul com a União é um “torniquete insuportável”

Leite diz que dívida do Rio Grande do Sul com a União é um “torniquete insuportável”

Governador afirmou que estado enfrentava dificuldade para pagar valores e que frente à tragédia, situação é insustentável
Governo adia pagamento da dívida do RS por três anos com impacto imediato de R$ 11 bilhões

Governo adia pagamento da dívida do RS por três anos com impacto imediato de R$ 11 bilhões

Segundo Haddad, juros sobre a dívida totalizam R$ 12 bilhões; somado aos valores da MP da semana passada, governo já anunciou aportes de R$ 23 bilhões no RS
Publicidade
Publicidade