Lula busca retomada das relações diplomáticas em viagem à Argentina
Presidente participará da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac)
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, viaja, nesta domingo (22.jan), à Argentina, para participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Na bagagem, ele e a equipe levam a missão de retomar as boas relações do Brasil com os países vizinhos.
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A primeira viagem internacional de Lula do seu terceiro mandato visa marcar o início de um novo período, principalmente, com a Argentina. O país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, mas os dois se distanciaram nos quatro anos de governo Bolsonaro.
Em 2019, o ex-presidente brasileiro não compareceu à posse do presidente argentino, Alberto Fernández, e insinuou que o país poderia se tornar "uma Venezuela" por eleger um candidato de esquerda. O episódio ruim foi apenas o primeiro de vários que viriam pela frente. Agora, a ordem é mudar o rumo
Para o especialista em direito internacional Émerson Malheiro, o efeito da nova relação pode ter um efeito positivo para Lula a curto prazo, porque conseguirá apoio ao seu governo nas relações exteriores. "A longo prazo, isso trará benefícios para o Brasil em relação ao comércio com estados que não fazem parte do bloco regional", avalia.
Exportações
Em 2022, as exportações brasileiras para a Argentina somaram 15,3 bilhões de dólares, um valor praticamente igual ao do último ano do governo de Michel Temer, em 2018, de 14,9 bilhões de dólares.
Lula quer ampliar esses valores. Ele conta com a que tem com Alberto Fernández, que é muito melhor a do seu antecessor. O argentino visitou o petista quando ele estava preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba, e marcou presença na posse deste ano. Os dois devem ter um encontro bilateral nesta 2ª feira.
"A relação política com a Argentina se desgastou nos últimos anos em virtude da atuação do governo de Jair Bolsonaro. Agora, Lula está alinhado com o governo da Argentina. Portanto, se houver acordos comerciais entre os estados, certamente essa relação tende a se reestabelecer", explica Malheiro.
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