Transição rebate nota da Economia que nega Estado Brasileiro "quebrado"
Equipe do presidente eleito afirma que Brasil só não está em crise "para o andar de cima"
Após o Ministério da Economia, de Paulo Guedes, divulgar nota respondendo críticas da equipe do governo eleito de Luís Inácio Lula da Silva (PT) e negando que o Brasil esteja "quebrado", o Gabinete de Transição rebateu a pasta nesta 2ª feira (12.dez), também por meio de nota. "Para o andar de cima, o Estado não está quebrado. Para os que mais precisam, há um verdadeiro apagão fiscal", diz o texto divulgado pela Coordenação Técnica.
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"O governo Bolsonaro quebrou o Estado brasileiro, comprometendo serviços essenciais e investimentos públicos fundamentais. Ao longo de quatro anos, Bolsonaro utilizou recursos extra teto cinco vezes, em um montante de cerca de R$ 800 bilhões", afirma a nota da equipe de transição.
No domingo (11.dez), Ministério da Economia citou uma "série de declarações infundadas" por parte dos integrantes do novo governo eleito sobre o momento atual da economia brasileira. A pasta cita diversos pontos que, no entendimento do órgão ministerial, justificam o bom desempenho da gestão de Jair Bolsonaro (PL) frente a medidas econômicas.
Dívida e fome
Um dos pontos ressaltados pela equipe do Ministério da Economia diz respeito à Dívida Bruta do Governo Geral que, segundo relatório da pasta, "deverá terminar o ano representando 74% do Produto Interno Bruto (PIB) e com superávit primário de R$ 23,4 bilhões".
A transição de Lula, porém, destaca o desmonte por parte do governo Bolsonaro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), "que é a porta de entrada da população empobrecida e vulnerável ao Estado".
"O SUAS, para funcionar, precisaria de, no mínimo, R$ 2,5 bilhões. Bolsonaro deixou um orçamento de R$ 49 milhões em 2023, valor que não suporta 10 dias de funcionando do Sistema", diz o Gabinete de Transição. "A desnutrição infantil marcou em 2021 o pior índice dos últimos 14 anos, segundo estudo da Observa Infância, da Fiocruz", acrescenta.
Pandemia
Apontando a pandemia como fator de forte influência sobre os resultados econômicos, a declaração oficial do Ministério da Economia diz que foi "graças às medidas de suporte" do governo que Estados e municípios terão o segundo ano seguido de superávit primário agora, em 2022. O ministério afirma ainda que, em função de ter priorizado a alocação de recursos junto à esfera de administração federal, Estados e municípios por conta da pandemia, não foi possível reajustar o funcionalismo.
Já a equipe de transição, na nota desta 2ª, afirma que o plano vacinal contra covid-19 tem sido ineficiente. "85 milhões de pessoas não têm o esquema de reforço completo, 28 milhões não tomaram nenhuma dose e o país tem baixíssima cobertura para as crianças entre seis meses e cinco anos", diz o texto. "Desde o início da pandemia, houve queda acentuada de atendimentos, de exames diagnósticos e procedimentos terapêuticos. A estimativa de queda é superior a 2 milhões de procedimentos", acrescenta.