Publicidade

"Não vejo vazio em nomes para a Defesa", diz pesquisadora

Adriana Marques explica que dificuldade para escolha de ministro está ligada a momento político

"Não vejo vazio em nomes para a Defesa", diz pesquisadora
Não vejo vazio em nomes para a Defesa, diz pesquisadora
Publicidade

A neutralidade política das Forças Armadas é um dos princípios democráticos e, por esse motivo, é preciso desmilitarizar o Ministério da Defesa. Esta é a avaliação da professora do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriana Marques. Em entrevista ao Agenda do Poder desta 2ª feira (21.nov), ela afirmou não ver "vazio" de nomes para a pasta no novo governo eleito, mas ressalta a importância de se reestabelecer o estado democrático de direito em ameaça. 

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

"Eu não vejo esse vazio de nomes no horizonte. O que sempre se fala quando se pensa em ministério da Defesa é que precisa ser alguém altamente conhecedor dos meandros do ministério e esse é um ministério totalmente militarizado", diz. "Quem entrar vai ter que refundar o ministério. Temos que desmilitarizá-lo para que funcione como os outros ministérios funcionam", explica Marques. 

Segundo ela, a Defesa ganhou centralidade dentro da discussão política brasileira, mas pelas razões erradas. "Porque o Ministério da Defesa é central para a democracia, mas não para contestá-la", diz. "Então acho que o principal desafio do próximo governo é reestabelecer o estado de direito, isso significa atribuir às Forças Armadas as funções que elas devem ocupar no regime democrático", acrescenta.

O ministério da Defesa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a ser traçado em meio a protestos antidemocráticos pelo país. Na 6ª feira (18.nov), Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos temáticos do Gabinete de Transição, afirmou que o futuro chefe da pasta será um civil. "Vamos ter um grupo muito representativo para esse diálogo com as Forças Armadas", afirmou. 

Para Marques, a dificuldade de se escolher um nome para chefiar a Defesa está intrinsecamente ligada ao momento político de conturbação democrática pelo qual passa o país. No entanto, ela lembra que a militarização da pasta começou ainda durante o governo de Dilma Rousseff quando, à época, Aldo Rebelo estava à frente do ministério. 

"Do ponto de vista formal, o ministro era civil, mas o ministério já começou a se militarizar fortemente durante o governo Dilma, porque o ministro nomeou um militar para a secretaria-geral do Ministério da Defesa. Ele foi o primeiro militar nomeado para essa função", ressalta a pesquisadora.

"Eu acho que mais do que um nome, nós temos que nos preocupar com a política que esse nome vai implementar. O ponto a ser obervado é ter à frente do ministério da Defesa alguem que seja capacitado para executar política pública, porque quem vai executar essa política, do ponto de vista técnico, são os militares", arremata. 

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

portalnews
ministério da defesa
lula
ministério
esplanada
presidente eleito
aldo rebelo
militares
desmilitarização
governo

Últimas notícias

Presidente do PSDB confirma pré-candidatura de Datena à prefeitura de São Paulo

Presidente do PSDB confirma pré-candidatura de Datena à prefeitura de São Paulo

Apresentador havia dito que vai "até o fim" na disputa eleitoral deste ano
Após debandada, PSDB de SP comemora retorno de ex-vereador herdeiro de Covas

Após debandada, PSDB de SP comemora retorno de ex-vereador herdeiro de Covas

Mario Covas Neto perdeu o posto no legislativo da cidade de São Paulo após ser derrotado nas urnas nas eleições de 2020
Polícia Federal completa 1ª semana de policiamento ostensivo para coibir crimes no RS

Polícia Federal completa 1ª semana de policiamento ostensivo para coibir crimes no RS

400 homens da PF fazem rondas noturnas em áreas com saques, invasões e depredações atuam, em Porto Alegre e sul do estado
Polícia Federal identifica responsável por vazar prova do Enem

Polícia Federal identifica responsável por vazar prova do Enem

Segundo as investigações, uma pessoa contratada para aplicar a prova em Belém (PA) enviou uma foto para uma amiga
Relator vota por cassação de Cláudio Castro, mas julgamento é suspenso por pedido de vista

Relator vota por cassação de Cláudio Castro, mas julgamento é suspenso por pedido de vista

Corte Eleitoral fluminense julga ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral e pela chapa de Marcelo Freixo, que perdeu as eleições em 2022
Voluntários se mobilizam para ajudar atingidos pela enchente no Vale do Taquari (RS)

Voluntários se mobilizam para ajudar atingidos pela enchente no Vale do Taquari (RS)

O salão transformado em um centro de distribuição em Lajeado recebe doações que chegam de todo o país
Enchente atinge fundação centenária de Porto Alegre e deixa crianças e adolescentes desabrigados

Enchente atinge fundação centenária de Porto Alegre e deixa crianças e adolescentes desabrigados

Água chegou a quase dois metros em alguns pontos do prédio recém-reformado, que atualmente acolhe 160 menores que estão sob a guarda da Justiça
Em Haia, Israel nega acusações de genocídio e classifica guera em Gaza como "trágica"

Em Haia, Israel nega acusações de genocídio e classifica guera em Gaza como "trágica"

Manifestantes protestaram contra os israelenses do lado de fora da Corte Internacional de Justiça
Campanópolis: conheça a vila construída a partir de materiais recicláveis, em Buenos Aires

Campanópolis: conheça a vila construída a partir de materiais recicláveis, em Buenos Aires

Entre as construções há casa colonial, torre, praça principal, anfiteatro, salões e museus
Após três meses, polícia conclui que empresário matou a esposa em São Paulo

Após três meses, polícia conclui que empresário matou a esposa em São Paulo

Aborto realizado pela mulher pode ter sido a motivação do crime
Publicidade
Publicidade