Bolsonaro diz que corte no orçamento se aproxima dos R$ 8 bi
Presidente também citou relações do Brasil com Rússia e comentou ligação a Zelensky
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta 6ª feira (22.jul), que o corte extra ao orçamento pode chegar a quase R$ 8 bilhões. Durante visita em um posto de combustíveis para "fiscalizar" preço da bomba, o líder do Executivo criticou o teto de gastos, classificando-o como "engessado", mas não confirmou se apoiará a revogação do teto caso venha a ser reeleito nas próximas eleições.
"A gente não quer cortar nada, [mas] se eu não cortar eu entro na Lei de Responsabilidade Fiscal, só isso. É duro trabalhar com um orçamento desse, engessado. Temos esse corte extra que chegue a quase R$ 8 bi. Entra aí a questão dos precatórios, entra abono, entra a questão do financiamento da agricultura também", declarou Bolsonaro.
Questionado sobre uma possível revogação do teto nos próximo mandato, se vencer as próximas eleições, Bolsonaro disse que confiará na previsão de Paulo Guedes, ministro da Economia. "Não vou falar nada sem conversar com Guedes", pontuou.
Relações internacionais
Bolsonaro também comentou sobre a conversa que teve com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e afirmou que o líder ucraniano teve um tom de cobrança com a postura do Brasil frente ao conflito, mas que ele manteve posição de "estadista" e "acionista", tendo negado sanções à Rússia.
"Ele desabafou muita coisa. Não retruquei. Mantive a posição de estadista, lógico que o brasil é um país importantíssimo. Nós não vamos aderir a essas sanções econômicas. Continuamos em equilíbrio, se não tivesse em condição de equilíbrio vocês acham que teríamos fertilizantes no Brasil? Como estaria o nosso produto do campo? Como estaria nossa garantia, nossa segurança alimentar e a segurança de mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo. Uma guerra, tem que tentar acabar com ela e não aumentar", afirmou.
O presidente ainda afirmou ter uma ótima relação com Vladimir Putin. "Nosso contato com presidente Putin está 10, excelente. Com os Estados Unidos, voltou quase normalidade", disse.
Posto da Torre
O local escolhido para a visita de Bolsonaro foi o posto da Torre, em Brasília, que deu início à operação Lava Jato. A presença em um posto de combustível teve a intenção de "fiscalizar" se os reajustes em preços estão sendo repassados para a população. Ao lado do ministro de Minas e Energia, Adolfo Saschida, os membros do governo divulgaram mais um reajuste de preços na gasolina e no diesel, que deverá reduzir 10 centavos no preço das bomba. Nós estamos dando uma chance para que as cotas sejam cumpridas até setembro do ano que vem", disse Saschida.
