Em Maceió, Bolsonaro faz motociata e recebe afago de Arthur Lira
Evento foi marcado por referências a programas de governo e tumulto entre prefeito e popular
O presidente Jair Bolsonaro (PL) começou o dia embarcando para Maceió (AL), onde por volta da 10h desceu do avião e subiu em uma moto. Sem capacete, na companhia de outros políticos e populares percorreu avenidas até o bairro Vergel. Lá foram construídos três residenciais: Parque das Lagoas, Alameda do Farol e Alameda Jatiúca. Um total de 1.120 moradias que custaram R$ 76,8 milhões ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Apesar do motivo do evento, pouco se falou das casas populares. Após discursos de agradecimento de lideranças locais, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi convidado a falar. Aliado ao governo, o congressista comentou sobre sua convivência de décadas com Bolsonaro.
"Quando ele chegava (no plenário da Câmara) na tardes de 5ª feira e fazia um... (ato de continência) e me pedia: 'Selva, eu quero o tempo de liderança'. Eu dava a ele, que fazia o seu discurso sentando a ripa em tudo que achava errado", contou.
De histórias de amizade a medidas políticas conjuntas, como a isenção do ICMS por parte dos estados sobre os combustíveis, Lira fez um depoimento emocional ensaiado a favor de Bolsonaro, citando episódios atuais: "Toda vez que a Petrobras reajustava os preços dos combustíveis eu ia ao gabinete desse homem e via o quanto ele estava amargurado".
Em seguida, Lira passou o microfone ao pai, que é prefeito de Barra de São Miguel (AL). Benedito Lira (PP-AL) começou cumprimentando a todos e minutos depois, em um ato inesperado, puxou o microfone do pedestal. O cabo ficou preso e ele continuou forçando. Um homem tentou ajudá-lo oferecendo um microfone sem fio, que impacientemente foi recusado.
Benedito conseguiu desenlear o fio do microfone que segurava e reiniciou o discurso. Alterado, contou o que, desde 1995 fez como político. Da plateia um popular chamou a atenção dele, que se indignou: "Você não sabe nada, não conhece nada", e caminhou para o outro lado do palco. Alí, atrás dele estava Bolsonaro, sentado, com o semblante de desconfiado, de quem não parecia contente.
O inflamado discurso de Benedito foi o mais extenso. Maior que o seguinte, de Bolsonaro. O presidente não citou a obra celebrada ali. Para concluir, Bolsonaro apelou à religião: "Hoje vocês tem um presidente da República que acredita em Deus, que é contra o aborto, que é contra ideologia de gênero, que é contra a liberação das drogas, tem um presidente que defende a família presente em nossa Constituição e em nossa Bíblia Sagrada".
O evento acabou e dalí o presidente seguiu para a cerimônia de inauguração das obras de restauração da Igreja dos Martírios, no centro de Maceió.