Bolsonaro desiste de roteiro na Polônia para evitar desgaste diplomático

A agenda do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Leste Europeu deve ser feita em apenas dois países ficando restrita a Rússia e Hungria. Bolsonaro havia dito no ano passado que passaria também pela Polônia, mas o presidente foi aconselhado por assessores a não incluir no mesmo roteiro os três países.

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Atualmente, Rússia e Ucrânia estão em conflito e autoridades da Europa não descartam o início de uma guerra. No início desta semana, autoridades da Grã-Bretanha e Estados Unidos orientaram integrantes da diplomacia desses países a deixarem a Ucrânia. 

A Polônia faz parte da Organização do Tratado do Norte Atlântico, a OTAN, e é aliada da Ucrânia. A OTAN prometeu reagir caso tropas militares da Rússia invadam território ucraniano.

Em setembro do ano passado, Bolsonaro encontrou com o presidente polonês, Andrzej Duda, na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas. O presidente polonês é considerado um nacionalista e ultraconservador.

Andrzej Duda assumiu o cargo em 2015 e foi reeleito em 2020. No primeiro mandato, fez uma controversa reforma do judiciário que, de acordo com o Conselho Nacional do Judiciário, viola a Constituição da Polônia. A crise com o judiciário é semelhante a polêmica de Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal, por isso, o presidente brasileiro planejava a viagem para o país de Duda. 

Mesmo que a Polônia fique de fora do roteiro, Bolsonaro deverá ressaltar na viagem pela Europa Oriental a proximidade com governos com valores conservadores. O presidente brasileiro deve ter encontro na Hungria com o primeiro-ministro Viktor Orbán, representante da extrema-direita na Europa e na Rússia com Vladimir Putin, que já foi considerado um líder tolerante e liberal, mas, atualmente, é tido como conservador e autoritário.

A viagem pelo Leste Europeu é mais um aceno de Bolsonaro à base ideológica.