"Leilão de 5G vende filé mas empresa também leva o osso", diz Anatel
Presidente da Agência Leonardo Euler deu entrevista ao Poder em Foco
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O leilão da tecnologia 5G no Brasil oferece grande atratividade comercial, mas a empresa vencedora também terá que investir em áreas remotas no país. "É o modelo que oferece o filé, mas também tem que levar o osso", diz o presidente da Anatel, Leonardo Euler.
O edital estabelece compromissos nacionais e regionais de investimentos de cobertura e instalação de infraestrutura de redes (backhaul) que obrigam as empresas vencedoras do leilão a atenderem áreas pouco ou não servidas.
O presidente da Anatel explica que os critérios que nortearam o edital do leilão consideram a importância de aproveitar essa concessão para fazer política pública. "Nós queremos ter compromissos de investimento associados ao direito de uso da faixa. Portanto, essa é uma oportunidade singular de fazer valer políticas públicas", argumentou.
Os valores do leilão ainda estão em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Mas estima-se algo em torno de R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões. E, pelas normas estabelecidas no edital, mais de 90% do montante a empresa terá de investir nos compromissos de inclusão digital no país.
"Portanto, a nossa abordagem nunca foi privilegiar a arrecadação. A gente precisa aproveitar essa oportunidade para gerar mais investimento no setor", avaliou.
Há compromissos estabelecidos para todas as faixas leiloadas. A empresa terá de atender localidades e estradas, com tecnologia 4G ou superior. Para os municípios com mais de 30 mil habitantes, o atendimento será já com tecnologia 5G. O edital também contempla recursos para a implementação de redes de transporte em fibra óptica na Região Norte e a construção da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal.
Leonardo informou que o Brasil tem quase 54 mil km e estradas, mas bem menos da metade tem cobertura 4G e, e algumas rodovias não tem nem 10% e cobertura. A ideia é que as BRs 163, 364, 242, 135, 101 e 116 tenham sinal em toda extensão. "São rodovias importantes para o escoamento agropecuário e industrial e para integração nacional", ressaltou.
Ele observou que, segundo o IBGE, há cerca de 22 mil localidades no Brasil, sendo 5570 sedes de municípios. As demais são povoados vilas que precisam ser atendidas e, atualmente, pelo 10 mil sem sede de 4G. "São investimentos que não seriam feitos se não estivessem impostos no edital. E precisamos lembrar que, cada vez mais, a inclusão digital é fundamental para inclusão social", concluiu.
Cronograma
A data do leilão do 5G no país depende de análise do Tribunal de Contas da União. O TCU tem prazo de 90 dias para autorizar ou fazer recomendações de ajustes no edital. A expectativa do Governo é que já seja possível leiloar a nova tecnologia no país em junho. Agora, em quanto tempo essa tecnologia estará funcionando em todo o país? Confira o que diz Leonardo Euler.
+ Leia também:
Tecnologia 5G chegará às grandes cidades até julho do ano que vem
Fake news
Anatel alerta que são fake news informações que relacionam a chegada do 5G com o risco de aumento de casos de covid ou de outras doenças.
Velocidade
Além de mais velocidade na internet, a tecnologia 5G vai permitir aumentar o uso de máquinas e de inteligência artificial.
Telefones velhos
Não se preocupe se o seu telefone é de modelo mais antigo. Mesmo com a chegada do 5G eles continuarão funcionando.
Perfil
Leonardo Euler é economista e funcionário de carreira da Anatel. Entrou para a agência no primeiro concurso, em 2005. Já foi assessor de conselheiros, gerente de acompanhamento econômico e chefe da assessoria técnica.
Poder em Foco
O Poder em Foco vai ao ar na madrugada deste domingo (04) para segunda, 00h45, no SBT. É apresentado pela jornalista Roseann Kennedy que, semanalmente, recebe uma personalidade do ambiente do poder para tratar assuntos importantes da pauta nacional.
O edital estabelece compromissos nacionais e regionais de investimentos de cobertura e instalação de infraestrutura de redes (backhaul) que obrigam as empresas vencedoras do leilão a atenderem áreas pouco ou não servidas.
O presidente da Anatel explica que os critérios que nortearam o edital do leilão consideram a importância de aproveitar essa concessão para fazer política pública. "Nós queremos ter compromissos de investimento associados ao direito de uso da faixa. Portanto, essa é uma oportunidade singular de fazer valer políticas públicas", argumentou.
Os valores do leilão ainda estão em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Mas estima-se algo em torno de R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões. E, pelas normas estabelecidas no edital, mais de 90% do montante a empresa terá de investir nos compromissos de inclusão digital no país.
"Portanto, a nossa abordagem nunca foi privilegiar a arrecadação. A gente precisa aproveitar essa oportunidade para gerar mais investimento no setor", avaliou.
Há compromissos estabelecidos para todas as faixas leiloadas. A empresa terá de atender localidades e estradas, com tecnologia 4G ou superior. Para os municípios com mais de 30 mil habitantes, o atendimento será já com tecnologia 5G. O edital também contempla recursos para a implementação de redes de transporte em fibra óptica na Região Norte e a construção da Rede Privativa de Comunicação da Administração Pública Federal.
Leonardo informou que o Brasil tem quase 54 mil km e estradas, mas bem menos da metade tem cobertura 4G e, e algumas rodovias não tem nem 10% e cobertura. A ideia é que as BRs 163, 364, 242, 135, 101 e 116 tenham sinal em toda extensão. "São rodovias importantes para o escoamento agropecuário e industrial e para integração nacional", ressaltou.
Ele observou que, segundo o IBGE, há cerca de 22 mil localidades no Brasil, sendo 5570 sedes de municípios. As demais são povoados vilas que precisam ser atendidas e, atualmente, pelo 10 mil sem sede de 4G. "São investimentos que não seriam feitos se não estivessem impostos no edital. E precisamos lembrar que, cada vez mais, a inclusão digital é fundamental para inclusão social", concluiu.
Cronograma
A data do leilão do 5G no país depende de análise do Tribunal de Contas da União. O TCU tem prazo de 90 dias para autorizar ou fazer recomendações de ajustes no edital. A expectativa do Governo é que já seja possível leiloar a nova tecnologia no país em junho. Agora, em quanto tempo essa tecnologia estará funcionando em todo o país? Confira o que diz Leonardo Euler.
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