SP: Tarcísio vence com 55% dos votos, embalado por bolsonarismo e antipetismo
Aliado de Bolsonaro quebra hegemonia de 28 anos do PSDB e comandará estado mais rico e populoso; Haddad teve 44%
O ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o novo governador de São Paulo - o maior e mais rico estado brasileiro. Aos 47 anos, o carioca, acusado de forasteiro na campanha - por ter transferido seu título para o estado para concorrer ao governo por indicação do presidente, Jair Bolsonaro (PL) -, toma possa em janeiro. Ele obteve 55% dos votos válidos e derrotou o adversário Fernando Haddad, 44%. Ao assumir o Palácio dos Bandeirantes, quebra uma hegemonia de 28 de mando do PSDB no governo paulista.
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De terceira via no início da campanha, em uma disputa historicamente polarizada entre PSDB e PT, Tarcísio contou com a força do bolsonarismo e com o antipetismo, predominante no interior do estado.
Servidor de carreira, engenheiro e militar da reserva, Tarcísio foi diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Dnit), no governo Dilma Rousseff (PT), e virou ministro e aliado de primeira ordem de Bolsonaro. Sua candidatura foi um projeto do presidente e aliados para a disputa paulista. No início do ano, transferiu domicílio eleitoral para São José dos Campos (SP) para a disputa. Por isso foi acusado por adversários, em especial pelo petista, de ser uma "forasteiro" na disputa, sem conhecimento do estado.
Tarcísio votou às 11h20 em um colégio em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Haddad votou pela manhã também, em um colégio no bairro Indianápolis, na zona sul da capital paulista.
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O petista chegou a liderar a disputa, segundo as pesquisas eleitorais do primeiro turno, mas nas urnas foi superado por Tarcísio. Nas pesquisas do segundo turno, o candidato do Republicanos apareceu na frente. Na Ipec divulgada neste sábado (29.out), teve 52% dos votos válidos. Haddad, 48%.
No segundo turno, Tarcísio manteve a vantagem e obteve o apoio do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que terminou o primeiro turno em terceiro colocado.
O resultado em São Paulo espelha o duelo de forças entre os padrinhos políticos, o presidente Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas também tem peso no equilíbrio de forças nacional, para o novo governo. Assim como ter maioria no Congresso é importante para o Executivo e a governabilidade, ter como aliado o governador paulista é estratégico.
São 34,6 milhões de eleitores e a maior máquina de governo do país. Com a vitória de Lula na corrida presidencial, o governo paulista deve virar o principal reduto do "bolsonarismo".