Lula e Bolsonaro avaliam como "calibrar" discursos após 1º debate
Foco deve ser na economia: bolsonaristas destacam o Auxílio Brasil e petistas, "reconstrução"
Passado o primeiro debate presidencial na televisão, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avaliam quais devem ser os temas que precisam ser destacados pelos candidatos daqui pra frente para "calibrar" os discursos. Enquanto o entorno de Bolsonaro defende o foco no pagamento do Auxílio Brasil, apoiadores de Lula destacam que o petista deve enfatizar as propostas para a "retomada" da economia.
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Apesar de apoiadores das duas campanhas analisarem que os assuntos ligados à economia é que devem ser ressaltados a partir de agora, os dois momentos do debate de domingo (28.ago) que mais geraram repercussão em relação aos principais candidatos foram bem diferentes das apostas dos aliados para o futuro.
Em relação ao presidente Jair Bolsonaro, no segundo bloco, ele fez ataques contra a jornalista Vera Magalhães quando questionado sobre a taxa de cobertura vacinal contra a Covid-19 no país e recebeu críticas pela postura. Já Lula precisou responder sobre os casos de corrupção em seus governos anteriores quando perguntado por Bolsonaro e também não foi poupado pelos demais candidatos sobre o assunto.
Na campanha petista, a avaliação era a de que o ex-presidente não deveria ir para o ataque quando questionado sobre corrupção porque poderia parecer que ele queria "terceirizar" o tema. Ou seja, correria o risco de criar a impressão de que não desejaria aprofundar a questão repassando críticas e acusações. Por isso, a "postura de estadista", como definiu um interlocutor.
Já sobre os ataques de Bolsonaro contra a jornalista Vera Magalhães, o aliado do presidente e vice-líder do PL na Câmara, deputado Coronel Tadeu (PL-SP), analisou que o presidente deve evitar esse tipo de situação, mas que não poderia ser encarado como "algo que atinja todas as mulheres".
Auxílio Brasil x retomada da economia
Em relação aos temas de destaque a partir de agora, Coronel Tadeu afirmou que é preciso enfatizar o pagamento do Auxílio Brasil e falar para as classes D e E, principalmente. "Onde que o presidente tem que atingir? (As classes) D e E. E aí é hora de falar diretamente com o povo. Mostrar exatamente o que está sendo feito", disse. Segundo ele, os debates são oportunidades boas para falar diretamente com as pessoas.
A economia também deverá dar o tom do discurso de Lula na análise do coordenador da campanha do petista em Minas Gerais, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG). Segundo o parlamentar, uma das pautas que devem ser abordadas pelo ex-presidente nos próximos debates é a "reconstrução" para fazer o país "sair do mapa da fome, controlar a inflação, fazer obras públicas e gerar empregos".
O próximo debate na televisão entre os candidatos à Presidência da República ocorrerá no SBT, no sábado, dia 24 de setembro, às 18h30 - e vai até às 20h30. O encontro é promovido pelo pool formado por SBT, CNN, Estadão, Terra, Nova Brasil FM, Rádio Eldorado e Veja.