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Eleição de milhões: Bolsonaro e Lula duelam por seguidores

Desempenho dos candidatos à Presidência nas redes pode ser um indicativo importante para campanha eleitoral

Eleição de milhões: Bolsonaro e Lula duelam por seguidores
Lula e Bolsonaro
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Com o início do período da campanha eleitoral, o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm disputado intensamente a atenção dos internautas nas redes sociais, e o TikTok é a plataforma em que o embate tem sido mais acirrado. 

Embora tenha bem menos seguidores nas redes que seu adversário, Lula resolveu não perder nenhum segundo, a partir do momento em que foi autorizado a pedir votos. O candidato petista foi o primeiro a iniciar sua campanha nas redes. O relógio marcava 00h de 16 de agosto, quando ele publicou o primeiro vídeo da campanha no Instagram, Twitter, TikTok e Facebook, simultaneamente.  

Por meio do twitter, o candidato se manifestou.

Confira o vídeo de abertura de campanha do Lula:

A gravação chegou a 21 milhões de reproduções no Instagram e 2,6 milhões de visualizações no TikTok. É o segundo mais visto na página do candidato desde o início do período oficial de campanha. 

O conteúdo mais visto do petista nesta primeira semana de campanha foi da tendência do TikTok "#vcnãofazmeutipo", no qual o candidato aparece com vários estilos - roupa social, camisa de time de futebol, entre outros. Confira:

@lulaoficial Entrei na trend ? Gostaram? #brasildaesperança #vamosjuntospelobrasil #vcnaofazmeutipo #equipeLula ? som original - luladasilvaoficial

Bolsonaro iniciou a primeira semana de campanha nas redes divulgando ações positivas do seu governo. No Twitter, mostrou dados de apreensão de entorpecentes; no Instagram e Facebook, iniciativas sobre agropecuária e sobre o ato com eleitores em Minas Gerais. Na sequência, entrou nas redes a primeira postagem que de fato abordou a campanha. 

Na publicação, o presidente alertou seus seguidores sobre os eleitores de esquerda que, segundo ele, "amam o vermelho e passarão a usar verde e  amarelo". Veja:

 
No TikTok, o vídeo mais visto da primeira semana é um corte da entrevista de Bolsonaro para o Jornal Nacional (JN), realizada em 22 de agosto. Nele o presidente rebate a pergunta da jornalista sobre ele ter imitado pacientes com falta de ar. Confira:

@bolsonaromessiasjair #bolsonaro #jornal #nacional #verdade #renata #brasil #?? #jair ? som original - BolsonaroMessiasJair

Já entre os memes, postagens de humor, o maior engajamento foi com o vídeo em que o presidente falou sobre zerar os impostos de importação de suplementos alimentares e ilustrou com uma montagem de um corpo musculoso.

@bolsonaromessiasjair - Carne bovina; carne de frango; farinha de trigo; café; margarina; óleo de soja; macarrão; bolachas e biscoitos; produtos de padaria e pastelaria; açúcar e muitos outros já foram incluídos em reduções passadas, assim como medicamentos, combustíveis, energia e o gás de cozinha. #suplementos #alimentares #imposto #brasil #?? #cada #vez #menos #impostos #estimulo #a #economia #saude #atletas #jair #bolsonaro #jair #bolsonaro ? som original - BolsonaroMessiasJair

O presidente Jair Bolsonaro se inscreveu no TikTok em 10 de outubro de 2021 e acumula 2,1 milhões de seguidores na plataforma chinesa. Lula entrou no TikTok somente em 20 de junho de 2022, 8 meses depois de Bolsonaro, e tem 830 mil seguidores. 

O TikTok foi o aplicativo mais baixado no mundo no primeiro trimestre de 2022, de acordo com o relatório da Sensor Tower. A plataforma de vídeos chinesa tem exercido grande influência, principalmente entre público jovem. Dada a popularidade do aplicativo, as equipes de campanha focaram em criar conteúdos específicos para a rede. 

Histórico nas redes 

Jair Bolsonaro tem quase o triplo do número de seguidores de Lula nas redes sociais. O presidente soma 45,5 milhões de seguidores nas principais redes: Instagram, Twitter, Facebook e TikTok. São 29,8 milhões a mais que os 15,7 milhões do opositor petista. Desde o início do mandato, Bolsonaro usa a internet como um canal direto para conversar com a base de eleitores, o que ajudou a consolidar os milhões de seguidores ativos nas suas publicações. 

Segundo Luiza de Mello Stefanno, especialista em Comunicação e Mídias Digitais pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pesquisadora do Laboratório de Comunicação, Culturas Políticas e Economia da Colaboração - CoLAB da Universidade Federal Fluminense (UFF), o fato de Bolsonaro estar ativo nas redes desde sua campanha presidencial de 2018 constrói uma narrativa consolidada do presidente para sua base de seguidores.

"Ele se comporta muito como um líder dentro da sua base eleitoral, então a gente enxerga a direita (...) tendo uma base muito forte dentro do TikTok justamente por isso, por ter um líder ali há muito tempo conseguindo propagar o seu discurso, propagar suas ideias". A pesquisadora também destaca que outras contas de direita e extrema-direita ajudam a disseminar as ideias do presidente.

Referente a análise do conteúdo postado por Bolsonaro, Luiza destaca que grande parte das mídias postadas são trechos de entrevistas, falas incisivas e até em tom de deboche, o que gera polêmica e também engajamento.

"Ele acaba usando esse espaço para atacar outros adversários e acaba tendo um tipo de posicionamento de 'lacração' que a gente chama, de um discurso bem incisivo, bem forte, isso tem gerado a maioria do engajamento do Bolsonaro no TikTok", afirma a especialista em Comunicação e Mídias Digitais.

Já o Lula tem menos afinidade com as plataformas digitais e demorou para aderir a algumas delas. No entanto, apesar do atraso para ingressar no Tiktok, por exemplo, sua estreia na rede foi bem recebida. Um estudo dos pesquisadores Luiza de Mello Stefano e Dijovanni Marioto, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aponta que o ex-presidente superou o engajamento dos outros candidatos em sua primeira semana na plataforma. 

"Se a gente pegar por exemplo o compilado da primeira semana, o Lula saiu um pouco na frente, ou seja, teve métricas mais significativas, vídeos beirando ali os dois milhões, quatro milhões de visualizações e o Bolsonaro ainda não tinha alcançado tantas visualizações assim até a entrevista que ele deu no Jornal Nacional na última segunda feira.", destacou Luiza.

O sucesso do candidato petista pode ser atribuído ao fato da plataforma ser composta em sua maioria por jovens de 16 à 24 anos. Lula lidera o voto jovem, mas não só isso. O conteúdo postado pelo ex-presidente é focado nas tendências da rede e na construção de uma imagem mais humanizada dele.

"Em termos de conteúdo, o Lula foca muito nessa (...) pegada mais emocional que humaniza a figura do candidato, ele se mostra muito empático pelas dificuldades e problemas do povo, então há vídeos onde ele se emociona durante o discurso. Também há uma pegada mais descontraída, é um candidato que explora muito as trends, as famosas dancinhas, recursos lúdicos da plataforma, então esse tipo de conteúdo tem se tornado uma estratégia e tem gerado um pouco dessas visualizações, tem gerado bastante engajamento", destacou Luiza.

Efeito Anitta

Um dos momentos de maior embate entre Lula e Bolsonaro neste ano eleitoral nas redes sociais foi quando a cantora Anitta manifestou apoio à candidatura de Lula. Por meio do twitter, ela publicou:

Os petistas comemoraram, vários apoiadores comentaram na publicação da cantora. Mas, dias depois, ela avisou via twitter que não autorizava o PT a usar sua imagem para o partido e outros candidatos. O aviso gerou uma reação positiva de Bolsonaro, que retuitou o post com emojis de aplausos, felicitando Anitta pela proibição. 

Lula também se manifestou. Na ocasião, ele afirmou que entendia que o PT tem militantes, simpatizantes e também pessoas que não gostam do partido, mas estão apoiando sua candidatura. Confira:

Em outro momento, o presidente voltou a se manifestar sobre a artista. Segundo ele, Anitta pediu em live para que, se eleito, Lula liberasse a maconha. Bolsonaro falou sobre a live em entrevista e se disse preocupado com a influência que ela tem nos jovens brasileiros.

Na primeira semana da campanha eleitoral, o engajamento do presidente também teve alta com uma publicação da cantora Anitta em sua página do Twitter onde ela zombou de Bolsonaro por conta da cola que o presidente escreveu na mão para a sabatina do JN. A postagem repercutiu positivamente para o presidente, que agradeceu a cantora em sua rede e usou o espaço para falar dos temas destacados e Anitta decidiu apagar a postagem.

A cantora alfinetou o presidente e tem feito memes com o ocorrido. Postou em seu twitter outra cola substituindo os tópicos colocados na mão de Bolsonaro, por "mentir, roubar obras do Lula, defender corruptos no MEC, negar desmatamento". A imagem viralizou entre os apoiadores petistas e novas versões surgiram na rede desde então.

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