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"Imagino que o Bolsonaro não dormiu ontem", diz Lula ao comentar pesquisa

Discurso do petista em evento, em São Paulo, foi marcado por ataques ao presidente

"Imagino que o Bolsonaro não dormiu ontem", diz Lula ao comentar pesquisa
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alfinetou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta 6ª feira (27.mai), dizendo acreditar que ele "não dormiu ontem à noite" por causa do resultado da última pesquisa Datafolha - segundo a qual o petista tem 48% das intenções de voto para presidente, e o atual chefe do Executivo, 27%. Lula falou sobre o assunto próximo do final de discurso feito em encontro com representantes de 87 entidades de movimentos sociais ou sindicais, na Casa de Portugal, em São Paulo. O evento foi organizado pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo.

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"Vocês viram a pesquisa ontem. Eu imagino, ô Alckmin, eu imagino que o Bolsonaro não dormiu ontem à noite. Eu imagino que ele falou 'que desgraça esse Lula tem? Que desgraça que a gente faz fake news contra ele todo dia? A gente mente contra ele'. Agora foram até pegar o lixo da minha casa para saber que vinho eu tomo", falou o ex-presidente. Pouco depois, acrescentou que "não adianta atacar o lula, não adianta prender o Lula, não adianta falar mal do Lula". "Sabe quem vai ganhar as eleições? Vocês, cada mulher, cada homem deste país".

Esse não foi o único momento em que o petista atacou Bolsonaro. Anteriormente, chamou seu governo de "genocida", por causa do número de mortes na pandemia, culpou a atual gestão por grande parte delas, por ter desrespeitado "toda a orientação científica que balizou o comportamento do mundo", e classificou o comportamento do presidente de não "democrático": "Nós não estamos enfrentando um adversário fraco. Nós estamos enfrentando alguém que é perigoso porque o comportamento dele não é democrático. Ele vive de ofender as instituições. Ele vive dizendo que só Deus vai tirar ele de lá. Então eu quero que ele saiba que o povo é a voz de Deus e o povo vai tirá-lo de lá".

No último sábado (21.mai), Bolsonaro afirmou, na Marcha para Jesus, em Curitiba, que tem uma missão e "só Deus" o tira do posto. No evento na casa de Portugal, nesta 6ª feira, Lula responsabilizou o atual governo também pela alta nos preços dos combustíveis e "metade da inflação" do Brasil: "Não adianta o presidente ficar jogando a culpa na Petrobras, não adianta o presidente ficar jogando a culpa na guerra na Ucrânia. O preço do combustível e metade da inflação deste país é única e exclusivamente da responsabilidade do desgoverno que nós temos, que agora quer privatizar tudo que esse país construiu em nome do povo brasileiro".

Lula se encontra com entidades de movimentos sociais e sindicais na Casa de Portugal (José Luiz Filho/SBT Brasil)
Lula se encontra com entidades de movimentos sociais e sindicais em São Paulo | José Luiz Filho/SBT Brasil

Ainda em seu discurso, Lula disse que é preciso "parar de dizer não ao povo trabalhador, ao povo sofrido" e, por outro lado, de dizer "sim aos banqueiros, aos empresários, àqueles que às vezes vem aqui só para explorar o povo trabalhador". Além disso, pediu que, numa eventual gestão sua no Palácio do Planalto a partir de 2023, os movimentos não parem de fazer suas reivindicações, porque, caso contrário, o governo "não faz o que precisa ser feito". No evento, um documento assinado por 60 entidades, entra as quais de movimentos de defesa dos povos indígenas, de defesa dos negros, das mulheres, e de trabalhadores sem-terra e sem-teto, com propostas para superação da crise econômica e reconstrução do Brasil.

Geraldo Alckmin

O ex-governador de São Paulo também discursou no encontro. Ele alfinetou Bolsonaro de forma implícita, num primeiro momento: "As principais lideranças dos maiores movimentos populares do Brasil aqui reunidos. É aqui que se faz o programa, não é fazendo motociata, nem subindo em lancha e iate. Mas é junto do povo. Aqui se constrói um programa de um governo democrático e popular, onde os movimentos terão voz e terão vez".

Depois, se referindo às críticas do presidente da República às urnas eletrônicas, disse que Bolsonaro não confia "no voto dos brasileiros, porque ele sabe que não merece um outro mandato".

Outros discursos

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), chamou a prisão de Lula de "uma ofensiva contra um projeto de país". No mês passado, o Comitê de Direitos Humanos da ONU definiu que o processo penal contra o ex-presidente, conduzido pelo ex-juiz Sergio Moro (União), violou quatro artigos do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.

O presidente do Psol, Juliano Medeiros, por sua vez, afirmou que a sigla participará da campanha de Lula não apenas com seus candidatos, mas também com a militância na rua. Entre as reivindicações feitas para o petista, no evento, por parte de integrantes de entidades, estiveram implementação de uma economia solidário, salário mínimo melhor, segurança pública cidadã, desmilitarizada, interrupção do desmatamento, plantio de milhões de árvores, reforma agrária popular e mais.

No documento entregue, que foi elaborado durante três meses, constam dez pontos diferentes. Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), disse que os signatários esperam "que grande parte deles tenham convergência e sejam contemplados no plano de governo".

Todos os discursantes expressaram apoio à candidatura de Lula. Sônia Guajajara (Psol), coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), disse a Alckmin esperar que ele "seja um amigo fiel e esteja ao lado de Lula para sempre". "Durante essa gestão, nós não vamos admitir um novo golpe nesse país. Não podemos admitir um novo golpe nesse país. Nós estamos vivendo até agora as consequências do golpe de 2016", acrescentou, se referindo ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Também no evento, foi feito um minuto de silêncio por causa da morte de Genivaldo de Jesus, ocorrida durante abordagem de agentes da Polícia Rodoviária Federal em Umbaúba (SE).

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