Aécio Neves defende candidatura própria do PSDB à Presidência
Deputado diz que desistência de João Doria reabre discussão no partido
A anunciada desistência de João Doria da disputa à Presidência da República não representa, necessariamente, que o PSDB abrirá mão de ser cabeça de chapa na briga pelo comando do Palácio do Planalto, nas eleições de outubro. Ex-presidente nacional do partido e atualmente deputado federal por Minas Gerais, Aécio Neves publicou nota no início da noite desta 2ª feira (23.mai) em que defende a candidatura própria.
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"Continuo defendendo, como sempre fiz, que tenhamos candidatura própria", afirma Aécio, que não chega a mencionar o nome de nenhum postulante do tucanato para a disputa. Em novembro de 2021, Doria havia vencido as prévias da sigla contra Eduardo Leite e Arthur Virgílio Neto. No mês passado, o parlamentar participou ao lado de Leite de encontro com o presidente do Solidariedade, o também deputado federal Paulinho da Força, que, agora, negocia aliança com o PT.
Dessa forma, Aécio, que foi o nome do PSDB na disputa pela Presidência da República em 2014, vai na contramão do que tem defendido o atual presidente nacional do partido, Bruno Araújo, que abertamente fala em um único nome para representar a chamada "terceira via" na briga contra Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apuração do SBT News aponta que Araújo já teria acertado com Cidadania e MDB a indicação da senadora Simone Tebet.
Por fim, o político mineiro pede para que, a partir da desistência de Doria, o partido defina rapidamente como seguirá para a disputa eleitoral deste ano. "Lamento que a reunião da executiva nacional tenha sido adiada. Espero que possamos nos reunir o mais rapidamente possível para debatermos de forma clara e democrática os caminhos para o nosso futuro", pontua o congressista.
Leia a íntegra da nota de Aécio Neves:
"A decisão do ex-governador João Doria de afastar-se da disputa presidencial obriga o PSDB a reabrir a discussão sobre como vamos enfrentar as próximas eleições.
Continuo defendendo, como sempre fiz, que tenhamos candidatura própria.
A partir da decisão do ex-governador paulista, o partido está em condições de analisar outros nomes da nossa legenda que possam liderar não só o PSDB, mas também importantes setores do centro democrático, nesse momento grave da vida nacional.
Lamento que a reunião da executiva nacional tenha sido adiada. Espero que possamos nos reunir o mais rapidamente possível para debatermos de forma clara e democrática os caminhos para o nosso futuro. O PSDB nunca teve dono e não será agora, nesse momento grave da vida nacional, que terá.
É hora de aproveitarmos esses últimos acontecimentos para reconstruirmos a unidade do PSDB em torno do único caminho que permitirá que o partido continue a cumprir sua trajetória em defesa do Brasil, ou seja, com uma candidatura própria à Presidência da República."