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"A fome nunca vai acabar, ela é cíclica", afirma Pablo Marçal

Pré-candidato a presidente defendeu ataque à miséria para que as pessoas possam saciar fome

"A fome nunca vai acabar, ela é cíclica", afirma Pablo Marçal
Pablo Marçal fala ao microfone (Reprodução/Facebook)
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O coach e pré-candidato a presidente da República, Pablo Marçal (Pros), afirmou nesta 5ª feira (19.mai) que "a fome nunca vai acabar, ela é cíclica", e, portanto, em vez de trabalhar para eliminá-la, é preciso "atacar a miséria", classificada por ele como "um estado emocional" em que a pessoa "não consegue sair do lugar". As declarações foram dadas em coletiva de imprensa.

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Essa não foi a primeira vez que Marçal expôs a ideia; em 9 de maio, participando de um programa do Movimento Brasil Livre (MBL) no YouTube, afirmou: "A gente tinha um programa Fome Zero. O povo está com fome ainda. Sabe por quê? Porque fome você não acaba. A fome é filha da miséria. E a gente não ataca a fome. Se a miséria estiver viva, ela reproduz igual coelho, mais que os Goonies, você tacou água ela reproduz cem por hora. Então a fome ela não acaba. A gente tem que tirar as pessoas realmente da miséria". O programa Fome Zero foi criado em 2003, no governo Lula, com o objetivo de promover ações para garantir a segurança alimentar e nutricional da população.

Na entrevista desta 5ª feira ainda, o integrante do Pros falou que os ricos e os pobres têm fome, "mas o pobre não consegue matar ela", e que "dinheiro não resolve a fome". "Se você levar dinheiro para alguém que está faminto, ele vai gastar com outro coisa", completou. Dessa forma, de acordo com ele, uma pessoa consegue saciar a fome se mudar sua mentalidade de miserável ao menos para a de sobrevivente - dentro de uma escala de 12 perfis, criada por Marçal, em que o ápice é a mentalidade de "governante". O coach diz defender um sistema socioeconômico, denominado por ele de "governalismo", no qual todos podem ser governantes.

Uma evolução de um perfil para o outro, conforme Marçal, passa pela industrialização de regiões. O processo, de acordo com ele, é o ponto basilar para uma geração rápida de empregos. Entretanto, acrescenta, apenas cidades com capacidade energética e qualificação podem ser industrializadas. Para um eventual governo, promete a implementação de um plano nacional de interiorização do Brasil, "para levar essa industrialização".

Marçal é crítico de um Estado grande e defende a privatização da Petrobras. Em suas palavras, "o Estado grande  significa que o povo é pequeno, e quando o povo é governante, o Estado tem que ser pequeno". Em relação à petroleira, afirma que ela valerá pouco no futuro se o governo "segurar uma empresa dessa numa disrupção que está acontecendo hoje de [combustível] fóssil para bateria". Um dos argumentos dele para essa defesa da desestatização também é quebra de monopólio.

Outro assunto abordado na live foi o acesso dos brasileiros à internet. O coach disse que ampliaria o acesso até todos estarem conectados, por meio de fibra óptica e cobertura via satélite e via rádio, mas é necessário os municípios terem interesse em fazê-lo também. Marçal falou ainda a respeito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), primeiros colocados nas pesquisas de intenções de voto. De acordo com ele, o Brasil hoje é "proibido de prosperar" e não mudará de fato se for liderado por qualquer um dos dois. Ele diz acreditar ser possível vencer no primeiro turno. "Ela [a possibilidade] é remota, mas a minha mente está trabalhando nisso", pontuou.

Em outro momento, declarou: "Se for acontecer o que sempre acontece em tudo que eu boto a mão, não vai ter segundo turno". Ele fala pretender conquistar os votos necessários apenas apresentando os seus planos. Em relação a um eventual segundo turno dele com Lula ou Bolsonaro, afirma que venceria. Se comparando aos demais pré-candidatos, falou: "Eu acredito que eu tenho mais energia humana do que todos eles juntos somados".

Entretanto, conforme o coach, "tem muita coisa boa" no atual governo e todos os projetos já implementados que fazem o Brasil "crescer", de qualquer gestão do Palácio do Planalto, manteria em um eventual governo seu. Segundo Marçal, acha possível visitar mais de 200 cidades brasileiras na campanha durante a corrida presidencial. Planeja fazer um giro de dez dias pelas capitais, ficar um mês no nordeste e ir para os Estados Unidos, Japão, Israel e África na campanha - na qual sua esposa não deverá se envolver. Ele afirmou não se importar com o apoio de pessoas do próprio partido a outros pré-candidatos: "Isso para mim tanto fez como faz". Além disso, criticou Lula e Bolsonaro por estarem aproximando suas respectivas esposas das campanhas, dizendo se tratar de falta de capacidade de comunicação própria de cada um deles.

O coach busca uma mulher negra para compor sua chapa como vice e quer se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e senadores americanos, para se apresentar, nos próximos meses. O coordenador-geral de sua campanha é Nezio Monteiro, pré-candidato a deputado federal por São Paulo. Falou ter escolhido o Pros para se filiar porque foi o único partido em que se sentiu "em paz" para ingressar, mesmo com os problemas da sigla na Justiça.

Mulheres

Em determinado momento da coletiva, Marçal pontuou que as "as mulheres têm um papel mais importante do que os homens em relação à nação". "A nação é fêmea", acrescentou. Ele se referiu às mulheres como mais inteligentes, mais elegantes e mais sensíveis do que os homens e as incentivou a participarem da política e do desenvolvimento do país. "O Brasil precisa de mulheres com cuidado, com zelo. E pode contar comigo".

Corrupção

Questionado pelo SBT News se possui algum plano para combater a corrupção, disse: "Com a Lava Jato a gente deu um salto de milênio em relação a isso. O problema foi o afrouxamento e soltura de tantas pessoas que foram pegas nisso".

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