Moro: "Não posso renunciar candidatura para alguém com 1% nas pesquisas"
Ex-juiz disse nesta 3ª feira também que atuará para privatizar todas as estatais em eventual governo
O ex-juiz e pré-candidato a presidente da República, Sergio Moro (Podemos), afirmou nesta 3ª feira (29.mar) que vem participando das negociações para lançamento de uma candidatura única por parte de partidos que se oporão a Lula (PT) e a Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, mas que não pode sair da corrida presidencial para apoiar alguém com percentual inferior ao seu nas pesquisas de intenção de voto. As declarações foram dadas durante o Almoço dos Empresários, na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
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"Existe um movimento no mundo político para construção de uma única candidatura. Ontem, estive, inclusive, com o presidente do União Brasil. Semana passada, falei com a [senadora] Simone Tebet. Tenho falado com outros expoentes que podem construir essa proposta", afirmou Moro. Pouco depois, acrescentou: "Se as pesquisas apontarem o candidato mais competitivo do que eu, não tem nenhum problema. Mas, hoje, eu vou te dizer que em julho, é o que eu acredito, ainda, ser o candidato mais competitivo dessa terceira via. Aí, eu gostaria de ver o movimento contrário. Porque ou é para valer que se quer uma terceira via nesse país e se tem uma aglutinação, então, em cima do candidato mais competitivo ou é conversa fiada e se quer realmente o Lula ou Bolsonaro. Agora, eu não posso renunciar a minha candidatura para alguém que tem 1% nas pesquisas. Para alguém que tem 2% nas pesquisas. Quando a gente tem lá 10%, 9% ou 8%, dependendo da pesquisa e com uma das taxas de rejeições menores".
Ainda segundo o pré-candidato do Podemos, a terceira via, ou seja, aqueles que não desejam uma vitória do petista ou do atual presidente nas eleições deste ano, precisa ser constituída a partir de pressão da sociedade e da população. "Se for depender de boa parte do mundo político, eles estão muito bem com orçamento secreto, com mensalão, rachadinha, estão muito confortáveis de ficar com o Lula e com o Bolsonaro", completou.
Após se encontrar com o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), na 2ª feira (28.mar), Moro disse pelo Twitter que ele e o parlamentar reforçaram a necessidade de terem "um único candidato do centro político democrático contra os extremos". Também na publicação, falou que Bivar "seria um ótimo vice-presidente ou cabeça de chapa" e que estará junto com ele, no mínimo, de 2022 a 2026, sem entrar em detalhes.
Petrobras
Em entrevista coletiva na ACSP depois do almoço, nesta 3ª, outro tema abordado por Moro foi a Petrobras. De acordo com o ex-juiz, em um eventual governo, atuará para privatizar a estatal e todas as demais. "Temos que estudar o modelo e a gente não pode fazer uma privatização, como foi feito em outros países, e transformar o monopólio público num monopólio privado, ou seja, colocar produção de óleo e gás no Brasil na mão apenas de grupos específicos, porque isso também não favorece competição, isso leva ao aumento de preço".