Publicidade

Alinhe remuneração com estratégia, especialmente em momentos de crise

Falar de remuneração ainda é um tabu, mas necessário

Alinhe remuneração com estratégia, especialmente em momentos de crise
Publicidade

Independentemente da situação de crise ou não, entre os fiéis da balança para a recuperação ou manutenção da saúde de uma empresa estão o engajamento, a motivação e a expectativa dos colaboradores. Um dos grandes dilemas enfrentados por organizações é a expectativa versus a realidade de recompensas financeiras por parte de quem viveu a crise ou contribuiu para viradas de mesa de negócios.

+Leia as últimas notícias no portal do SBT News

Quem contribuiu além da sua “obrigação” para que a empresa atravessasse momentos delicados e, após a restruturação – que via de regra passa por severa, necessária e árdua política de redução de custos –, se vê por vezes frustrado quando não consegue uma melhoria na sua remuneração. Remuneração ainda é tratada como mito, algo que não se pode ou se costuma falar. Empregados e executivos ainda têm receio em discutir abertamente seus planos de compensação. Contudo, trata-se de fator motivador, que, se utilizado com sabedoria, pode ser grande gatilho para melhorias de resultados.

Ao tratar de remuneração, é importante detalhar os itens mais relevantes que a compõem. Podemos separar entre: salário, benefícios e remuneração variável: (1) Salário – pode ser mensal ou anual, geralmente composto por verba fixa (em alguns casos variáveis pelo regime horista) com previsão de aumento de acordo com convenções coletivas e promoções; (2) Benefícios – geralmente negociados em convenção coletiva, visam melhorar a qualidade de vida e a segurança do colaborador, como planos de saúde (através ou não de coparticipação), seguro de vida, parceria com academias, clubes de leitura, vale-alimentação e refeição; e (3) Remuneração variável – vinculada ao desempenho da companhia, do time, de uma determinada área, equipe, ou colaborador, normalmente paga em dinheiro ou ações, dependendo do porte da empresa.

Salários e benefícios são atrativos iniciais dos cargos, sendo muito valorizados por pessoas em início de carreira como critérios de decisão e escolha de companhias. Contudo, a longo prazo, não são suficientes para sustentar a motivação.

A remuneração variável, é, geralmente, aplicada para o alto escalão por diversos motivos, incluindo, mas não se limitando, à menor incidência de tributos, bem como menor dependência do colaborador do salário fixo, e maior foco no ganho elevado que a variável pode proporcionar. O profissional responsável por recuperar uma empresa deve promover a maior parte da remuneração no modelo variável, e alinhada aos objetivos da companhia. Se o momento atual da empresa necessita da construção de novos negócios, redução de custos, aumento de participação de mercado, dentre outros, esse profissional deverá atrelar cada um desses objetivos à compensação do time.

É interessante desenhar um plano alinhado com os objetivos da empresa, que podem variar ao longo do tempo conforme a situação. Se o posicionamento estratégico for de longo prazo, a remuneração tem que ser associada ao crescimento e à geração de valor sustentável, e talvez um plano de opções de compra de ações a preços subsidiados seja mais adequado, com vesting (período em que, se o funcionário deixar a empresa, perde os direitos). É incorreto calcular a remuneração variável para o curto prazo (por exemplo, bônus com base no EBITDA de um ano), enquanto o objetivo da companhia é de longo prazo. Ao incentivar executivos a focarem no bônus anual, pagos ao final de cada exercício, os mesmos tenderão a fazer de tudo para que alcançar tais objetivos de curto prazo, o que não necessariamente garante a longevidade da companhia.

Essa dicotomia entre remuneração e interesses da empresa é tratada em governança corporativa como uma das principais causas de problemas críticos. Afinal, sistemas de remuneração excessivamente agressivos no curto prazo podem gerar incentivos distorcidos e contribuírem para o surgimento de escândalos de governança. Ao focar somente no resultado de curto prazo, a administração pode estar negligenciando itens fundamentais para a longevidade, como sustentabilidade, pautas ESG, ciclo de vida de produtos, dentre outros.

Contudo, o longo prazo também deve ser composto de alguns “curtos prazos”, ou seja, o colaborador precisa ter um sistema de remuneração que valorize as suas ações táticas que irão contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos. Se o plano de remuneração for coerente, e couber no caixa, compensações em dinheiro de curto prazo devem ser distribuídas, tais como bônus anuais, calculados com base na performance do colaborador, embasados por critérios quantitativos e qualitativos, e no atingimento de objetivos da companhia.

Os incentivos de longo prazo podem estar associados a indicadores como valor de mercado da empresa, aumento do caixa líquido, aumento da participação de mercado, dentre outros indicadores, e estes estão mais vinculados à participação nos lucros. É de fundamental importância que a quantidade de indicadores não seja um entrave na motivação e no foco do colaborador, que deve entendê-los (caso contrário não se motivará) e assim manter-se concentrado na melhoria contínua da capacidade operacional da empresa.

Ao gerir um negócio, um dos primeiros passos do gestor é estabelecer objetivos táticos e estratégicos, com base em um plano de ação, e, em seguida, desenhar o plano de incentivo para cada cargo da companhia. Não faz sentido o operador de máquina ter sua remuneração variável com base no EBITDA da empresa, pois a atuação do mesmo está limitada à sua produtividade naquela máquina. Assim como não faz sentido um CEO ser remunerado com base no EBITDA anual, quando seu papel é pensar estrategicamente na sustentabilidade de longo prazo do negócio.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Salário
Emprego
remuneração

Últimas notícias

Bruno Mars: produtora anuncia shows extras do artista no Brasil

Bruno Mars: produtora anuncia shows extras do artista no Brasil

Confirmação foi feita nas redes sociais da Live Nation Brasil logo após os ingressos das quatro primeiras datas esgotarem
Madonna no Rio: confira feitos e curiosidades da passagem da pop star

Madonna no Rio: confira feitos e curiosidades da passagem da pop star

Turnê injetou mais de R$ 300 milhões na economia do estado
Pedido do governo para turbinar envio de recursos ao RS avança no Congresso

Pedido do governo para turbinar envio de recursos ao RS avança no Congresso

Comissão aprovou mudança nas regras do Orçamento para que liberação de emendas fique mais flexível
Juscelino Filho anuncia recursos para reconstruir rede de telecomunicações no RS

Juscelino Filho anuncia recursos para reconstruir rede de telecomunicações no RS

Recursos virão do Fust, que tem o objetivo de apoiar iniciativas voltadas para a universalização da conectividade
Caso Porsche: MPSP pede que empresário pague pensão para família da vítima

Caso Porsche: MPSP pede que empresário pague pensão para família da vítima

Ação pede indenização de R$ 5 milhões para a família do motorista de aplicativo
R$ 63 milhões do Judiciário já foram para o Rio Grande do Sul, informa Barroso

R$ 63 milhões do Judiciário já foram para o Rio Grande do Sul, informa Barroso

Ao abrir a sessão do STF nesta quarta-feira (8), o ministro atualizou o balanço do repasse e afirmou que o governador Eduardo Leite agradeceu pela ajuda
Copom corta taxa Selic em 0,25 ponto e juros vão a 10,5% ao ano

Copom corta taxa Selic em 0,25 ponto e juros vão a 10,5% ao ano

Autoridade reduziu o ritmo de corte em decisão, que dividiu o colegiado do Comitê
Comissão da Câmara aprova criação de sistema para monitoramento de desastres

Comissão da Câmara aprova criação de sistema para monitoramento de desastres

O chamado Sinide deve contribuir para oferta de informações atualizadas para prevenção de desastre
Ao vivo: Acompanhe como está a situação no Rio Grande do Sul

Ao vivo: Acompanhe como está a situação no Rio Grande do Sul

Defesa Civil contabiliza 425 municípios afetados, 100 mortes confirmadas e 130 desaparecidos
Automedicação é uma das principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação

Automedicação é uma das principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação

No mês em que se comemora o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, confira dicas para garantir a segurança do idoso no uso de medicamentos
Publicidade
Publicidade