Prévia do PIB recua 2% em maio e mercado vê pressão sobre os juros
Varejo foi diretamente responsável pelo resultado negativo do mês; em 12 meses indicador beira 3,5%
O índice que é considerado uma prévia da evolução do PIB caiu 2,0% em maio, comparação feita sobre abril deste ano. O IBC-BR do mês foi divulgado nesta 2ª (17.jul) pelo Banco Central do Brasil. No mês passado o indicador tinha registrado alta de 0,56%.
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O resultado foi bastante inferior ao esperado pela média do mercado, que estimava número ao redor da estabilidade. Quando comparado ao mês equivalente do ano passado, o indicador cresce 2,15%. Considerado o período de três meses até maio, há crescimento de 1,63%.
Do início do ano até agora, o IBC-BR acumula alta de 3,61%, e de 3,43% em 12 meses.
Entre os analistas de mercado financeiro, a "contramão" na prévia do PIB vai pesar sobre a mesa dos diretores do Copom, que se reúne no início de agosto para decidir o rumo dos juros. "O resultado ruim vai cair no colo do Banco Central (mesmo que não seja exatamente verdade isso) e assim o COPOM terá mais uma pressão sobre a mesa para cortar os juros mais fortemente", avalia o economista e consultor André Perfeito.
Expectativa e realidade
O resultado do IBC-BR saiu muito pautado pela queda de 1% do Varejo no período. Já Indústria subiu 0,3% e Serviços outros 0,9% no mês. Ainda na ótica de André Perfeito, não seria de se esperar sempre por resultados positivos.
"O número engana, simplesmente não é razoável supor alta continuada no Varejo e mesmo na atividade no segundo trimestre, afinal o próprio Varejo havia crescido nada menos que 4% em janeiro desse ano e o PIB subiu estonteante 1,9% no primeiro trimestre. Muito provavelmente, o PIB do segundo trimestre será de queda por simples efeito base, mas aqui cabe pensar a dinâmica política destes resultados" - André Perfeito, economista
O analista conta que o BC vá promover um corte de 0,50 ponto percentual na Selic em agosto.
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