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Como o ESG pode impulsionar o desenvolvimento sustentável das cidades?

Empresas de impacto positivo podem ser o que as prefeituras precisavam para, enfim, melhorar qualidade de vida

Como o ESG pode impulsionar o desenvolvimento sustentável das cidades?
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Há mais de 30 anos o Brasil tem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para acompanhar a evolução da qualidade de vida em todos os municípios. Só que, apesar do tempo, a situação pouco evoluiu. Lá no início, a média brasileira do IDH era de 0,613. Até 2015 cresceu para 0,753 -- e estagnou. Na última contagem do IBGE, de 2021, ficou com 0,754. Pra se ter um parâmetro, a pontuação máxima é de 1. O que faz parecer que o país está bem. Mas, em uma compração com outros 190 países, o Brasil ficar na 87ª posição.

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O IDH leva em consideração, principalmente, o que foi alcançado na educação, com os resultados das salas de aula. Também com a renda dos adultos. Além da situação de saúde da população em geral. Problemas que, mesmo sem uma análise, os brasileiros conseguiram dizer que pouco melhorou. Mas, atualmente, há uma nova chance para evoluir o IDH. Com um compromisso público-privado de impacto positivo, baseado no ESG, a sigla para meio ambiente, sociedade e governança que está mudando a forma de gerir negócios.

Mesmo sendo um movimento do mercado financeiro, que impõe normas para o setor privado, o serviço público acaba influenciado. Tanto porque precisa adaptar ou criar leis que assegurem o funcionamento das companhias, quanto porque os governos podem ser parceiros de negócios em algumas ocasiões e, portanto, também precisam atender à princípios de sustentabilidade para contribuir com as cadeias de produção -- o que também é observado pelos investidores.

Governos municipais interessados em evoluir nesse sentido podem aderir a um programa vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), é o Sistema B. Assim fez São Paulo, que agora incentiva e acompanha as empresas a trabalharem o ESG. Conforme evoluem, gerando o impacto positivo onde está instalada, a cidade ganha.

"O Sistema B entra com a sensibilização e oferece uma ferramenta gratuita para que essas empresas possam acomapanhar os seus impactos positivos. Porque quando uma empresa se instala em uma cidade é desacabido que ela só extraia recursos e tenha lucros e não olhe para a comunidade do entorno, nas questões de mobilidade, de segurança alimentar", lembra a gerente de programas do Sistema B no Brasil, Luciana Scapin. Atualmente, o Brasil tem mais de 360 empresas listadas e mais estão sendo avaliadas para fazer parte. Quanto mais melhor. "Existe o que a gente chama de inteligência compartilhada. Às vezes eu não sou muito boa em um determinado indicador, mas outra empresa pode ser e me ajudar", completa Luciana.

Quando se somam os governos, ganham ainda mais força, como reflete o secretário de mudança climática da Prefeitura de São Paulo, Fernando Pinheiro Pedro: "Se a gente pensar que o conceito de economia é algo como colocar normas na casa ou no ambiente... e na medida que a gente tem um ambiente cada vez menor, porque estamos usufruindo dele ao limite, as normas passam a ser mais importantes. Então, não há como pensar nessa economia sem atuação dos governos e do estado. Em razão disso que nós temos hoje a própria economia privada estabelecendo normas sociais de convivência que, por natureza, deveriam partir do estado. Então, há hoje uma autorregulamentação. Mas também há um junção de fatores com o estado".

Em São Paulo, é a Secretaria Municipal de Mudança Climática -- uma das três desse tipo no país -- que trabalha o Sistema B com as empresas. "A prefeitura de São Paulo tem gestão climática com um plano, o primeiro do mundo com matriz ESG. Nós fizemos um grupo de trabalho, temos um grupo de consultoria muito forte, ouvimos as empresas de rating, temos 44 tarefas nessa agenda com princípios ESG", explicou Fernando. Contou ainda que "há um sistema de governança integrado com as empresas do transporte público, por exemplo, com 14.500 ônibus, a maior do mundo. Temos um comitê formado com as 32 concessionárias e estamos incentivando para que troquem suas matrizes energéticas, para a alétrica ou outro tipo, e estamos estudando como subsidiar. O mais importante, nós ouvimos muito".

A escuta ativa é um dos maiores desafios que se tem, de acordo com a consultora em urbanismo social, Katia Mello: "Não basta mudar para as pessoas, tem mudar com as pessoas. Tem que ouvir as necessidades, os problemas e respeitar as singularidades". Sobre isso, ela leva o assunto para outro exemplo. "Podemos falar também das áreas de risco. Onde se tem as enchentes, deslizamentos, os mais sérios problemas com as mudanças climáticas [...] ao intervir nessas áreas, o primeiro ponto é trazer esse nível de consciência para essa população, que muitas vezes não teve essa informação [...] se for risco quatro, essa população precisa entender que é preciso sair. Mas antes o governo tem que ter onde colocar. Também tem que evitar que outras pessoas ocupem aquele lugar desocupado, se não é como enxugar gelo", o que mostra como um trabalho também integrado dentro das próprias prefeituras, com suas secretarias, é importante.

Saiba muito mais assistindo o Foco ESG sobre cidades sustentáveis:

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