Dólar volta a valer menos de R$ 5,00 e bolsa fecha em alta
Os indicadores da economia no Brasil e nos Estados Unidos não apontaram tendência única para os mercados
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 0,60% aos 102.923 pontos nesta 5ª feira (27.abr). O resultado interrompe uma série de três pregões no território negativo.
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Investidores e especialistas observaram atentos os números do cenário externo. Nos Estados Unidos, a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano em recorte anualizado, alcançou 1,1%, praticamente a metade do que era esperado pelos analistas e investidores. Elemento a apontar, supostamente, um desaquecimento da economia como possível consequência das elevações de juros. Ponto que, teoricamente, seria favorável se não a um corte da taxa na semana que vem, ao menos a uma estabilização, sem novas altas.
Só que o mercado de trabalho gerou 230 mil novos pedidos de seguro-desemprego, quando o esperado eram 248 mil - indicação de área do emprego ainda aquecida, fator que tem sido determinante nas análises econômicas nos últimos meses. Os papéis do tesouro para dez anos subiram 9,4 pontos (3,524%) e os de dez anos avançaram 15,6 pontos (4,08%).
Com indicações mistas, o mercado não formou posição única durante a sessão das bolsas em Wall Street e se pautou por balanços corporativos. No fechamento, Dow Jones subiu 1,57%; S&P 500 avançou 1,96% e a eletrônica Nasdaq 2,43%.
Cenário doméstico
No Brasil os investidores assistiram ao debate no Senado entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). Colocadas as devidas ponderações, resultou uma espécie de "consenso" de que o enfrentamento da inflação pelos juros com vistas ao crescimento são peças do mesmo quebra-cabeças: estão e devem andar juntos no mesmo cenário.
A queda na inflação em abril (0,95%) medida pelo IGP-M surpreendeu para melhor, uma vez que a expectativa era por uma baixa de 0,74%. Ponto contra os juros altos. Mas na outra ponta, a geração de 245 mil vagas de trabalho em fevereiro (Caged) atestou temperatura em alta para a atividade econômica. E isso não joga a favor de um corte da Selic. Os juros projetados para o ano que vem, para 2025 e 2027 tiveram ganhos. Mas para 2029 e 2031 recuaram.
De concreto mesmo, só a espera pela super quarta dos juros aqui e nos Estados Unidos, na semana que vem.
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