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"O Caminho da Indústria": as alternativas para o setor voltar a crescer

Potencial de geração de energia limpa e zerar a emissão de carbono podem abrir um leque de oportunidades

"O Caminho da Indústria": as alternativas para o setor voltar a crescer
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No quinto episódio da série de reportagens especiais "O Caminho da Indústria", o SBT Brasil mostra as alternativas para o setor industrial voltar a crescer.

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O enorme potencial de geração de energia limpa e zerar a emissão de carbono podem abrir um leque de oportunidades para a reindustrialização do Brasil.

A natureza exuberante não é apenas para encher os olhos, mas os cofres e melhorar a vida dos habitantes do planeta. O uso correto dos recursos naturais é um capital de peso para movimentar a economia, começando pela indústria. O setor, que nas últimas décadas perdeu espaço na geração de riquezas e empregos no país, tem um futuro promissor se o Brasil souber agarrar as chances, que se resumem em uma palavra: sustentabilidade.

Produzir num país com matriz energética limpa, como é o nosso caso, é cada vez mais uma vantagem competitiva, que deve atrair empresas a instalarem aqui seus parques industriais.

Esta é a aposta do jornalista, cientista político e escritor, Jorge Caldeira: "você pode trazer atividade industrial sem destruir o meio ambiente, você tendo insumos ambientais bons, você pode ter outras atividades produtivas que não destroem o meio ambiente. A regra não é produzir mais, a regra é produzir com eficiência ambiental. O Brasil tem potencial para isso porque tem a natureza mais produtiva do planeta e isso fixa carbono, resolve o problema do aquecimento global".

A energia solar já é a segunda fonte na matriz elétrica brasileira. Não é pra menos, temos recurso abundante, mas esse tipo de sistema é mais do que uma alternativa econômica para as nossas casas. É uma janela de oportunidades. Nós temos um imenso potencial energético, pronto para aquecer a reindustrialização do Brasil.

A maior empresa de geração, armazenamento e distribuição de energia limpa do mundo, que é chinesa, instalou no interior de São Paulo a maior fábrica de painéis solares da América Latina. São 2200 módulos por dia. Já foram fabricadas mais de 2 milhões de placas nos últimos seis anos.

"O mercado interno do Brasil é muito aquecido, tem muita demanda no Brasil, e com certeza esse mercado interno é o que atrai muito as empresas virem para o Brasil de energia solar", afirma Marcello Taborda, diretor de vendas da Byd Energy Brasil.

Além disso, o Brasil tem vastas reservas de silício, mineral usado na fabricação da placa. Em compensação, o componente principal, e mais caro, é a célula fotovoltaica, que o Brasil ainda não fabrica e é importada.

O governo federal acaba de anunciar isenção até 2026 de impostos (IPI, PIS e Cofins) que incidem sobre placas solares. O objetivo é justamente estimular a criação de usinas solares e gerar emprego na economia verde. Investimentos em energia limpa são fundamentais para o planeta e um ótimo negócio para o país.

Estima-se que podem render um crescimento adicional de 10% no PIB até 2050. O Brasil tem potencial para ser o primeiro país no mundo a neutralizar as emissões de carbono, e isso vai contar cada vez mais como critério de consumo. Quem vai querer comprar qualquer coisa de quem polui, degrada, contamina, mata?

"Os países europeus vão importar cada vez menos produtos que tiverem na cadeia produtiva insumos poluentes, os consumidores tão atentando pra isso, realmente é um ponto muito importante", afirma o economista Nelson Marconi, professor da FGV.

O Brasil ainda tem uma rica biodiversidade, uma das maiores do planeta. Oportunidade de ouro para investir, por exemplo, em biotecnologia em saúde, ou seja, medicamentos, vacinas.

A União Química, uma das maiores farmacêuticas brasileiras, com capital 100% nacional tem a pesquisa em seu DNA. No ano passado, 6% do faturamento foram para pesquisa, o que levou ao desenvolvimento de 87 novos produtos. A empresa também fabrica para outras indústrias, que preferem terceirizar a produção no nosso país, gerando mais empregos. Hoje são quase 8 mil trabalhadores.

"Temos certificação dos principais órgãos reguladores do mundo, o que nos permite produzir para vários multinacionais. Exportamos para mais de 70 países e estamos preparados para receber novas empresas", diz Silvana Santana, diretora de marketing da empresa.

Além de outras lições, a pandemia ensinou ao Brasil a importância de desenvolver a indústria da saúde e ser autossuficiente em insumos para o setor.

"Basta ver o que o mundo está fazendo nos pós-covid. A gente tratar desse setor que é tão fundamental para as questões sociais do país, eu acho que figura como central", afirma Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp.

Essa é uma estratégia sem volta num país que precisa se reindustrializar. Para os empresários, a recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços é um bom sinal.

"O Ministério da Indústria e Comércio, por exemplo, tem dado um apoio enorme às propostas te discutidos com a equipe da CNI e do setor privado, cada uma das alternativas que oferecemos pra melhorar, acelerar agilizar a implantação dessas reformas", afirma Lytha Spíndola", da CNI.

É fundamental crescer e compartilhar os ganhos com uma população que deseja oportunidades, educação e saúde de qualidade, e bem-estar.

"A cabeça da gente está educada para uma ideia de indústria de 60 anos atrás. O que dá dinheiro, o que dá renda para a população, o que emprega, o que faz as coisas acontecerem está em atividades completamente diferentes do que eram", diz Jorge Caldeira.

"A reindustrialização não é voltar pra aquela indústria antiga, mas é justamente desenvolver outras áreas, outros setores que vão ajudar o país nesse processo", afirma Nelson Marconi. 

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