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As empresas de tecnologia e as startups vão morrer?

Empreendedores e investidores brasileiros estão alarmados com a afirmação de um investidor dos EUA

As empresas de tecnologia e as startups vão morrer?
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Essa semana os Empreendedores e Investidores Brasileiros ficaram alarmados como a afirmação de um investidor americano Tom Loverro onde ele escreveu uma thread no twitter com uma previsão catastrófica: "Há um evento de extinção em massa chegando para Startups em estágio inicial".

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Tom se basea na crise mundial para declarar em tom apocalítico que as pequenas empresas de tecnologia não vão conseguir mais investimentos e morrerão em uma taxa maior do que jamais visto.

Bem, o fato é que aqui no Brasil, as demissões e os cortes de custos em empresas de tecnologia e as grandes rodadas de investimentos em empresas com prejuízo tem repercutido mal no mercado, junto com esse momento de inflação e as altas taxas de juros ... essa afirmação desse investidor americano, corroborou para que a mensagem do "fim das startups" fizesse sentido na cabeça de quem não conhece o ecossistema.

Pois é esse é o ponto.  Tudo parece fazer sentido mesmo.  Mas para outro lado e outra perspectiva.  Como assim João?  Te explico:

Sempre soubemos que mais de 50% das pequenas empresas de tecnologia e startups falham ou vão falhar. Isso não é nenhuma novidade! Ou seja a cada 10 empresas, pelo menos 5 morrem ou vão morrer.

Essa crise global está sendo uma oportunidade para empreendedores se organizarem e se prepararem | Pixabay

Elas morrem, continuam e vão continuar morrendo, MAS não somente por não conseguir captar investimentos, mas por vários outros motivos.  que vão desde a falta de adequação do serviço e produto ao mercado à desarmonia do time fundador. A Falta de Investimento é apenas uma das razões e não A única ou A maior da causa morte.

Ou seja, os empreendedores e os investidores brasileiros já conhecem essas estatísticas e os riscos envolvidos, aliás o nome da nossa atividade de investimento nesse tipo de negócio se chama VENTURE CAPITAL que significa, Capital de Risco, exatamente por isso. 

Além do mais, Empreendedores brasileiros são mais resilientes, flexíveis e adaptáveis .. e eles existem porque no Brasil tem problema de verdade para serem resolvidos. Essa crise global que estamos vivendo (inflação, recessão e mais dificuldade de acesso ao crédito) é somente mais um obstáculo e desafio e não o fim do mundo, na verdade está sendo uma oportunidade para empreendedores se organizarem e se prepararem.

Além disso, no estágio inicial dessas empresas (que em alguns anos poderão ser gigantes) apesar do índice de morte ser maior, os cheques dos investidores são bem menores e muito pulverizados, ou seja, aparentemente o risco parece ser maior, mas estatisticamente não é, investir nesse estágio, é mais vantajoso. Diversos estudos mundiais comprovam que investimento no começo e em mais startups, afeta positivamente o resultado de todo um portfólio.

Mas então por que ele afirma isso?

Ele diz que por conta da crise, haverá uma ENXURRADA de startups que precisando levantar capital em 2023. Ele afirma que haverá mais empresas procurando capital do que conseguindo financiamento. E não terá dinheiro para todas, somente para aquelas que apertarem o cinto, demitir funcionários e ainda, aquelas que conseguirem esse dinheiro novo, será em condições menos favoráveis que antes.

Ou seja meus amigos, novamente nenhuma novidade e sem pânico, basta interpretar corretamente o que ele disse. 

Vamos lá: De fato, é verdade que grande parte dessas empresas vão captar sim investimento e embora exista muito dinheiro carimbado e disponível para isso, as casas de investimento Venture Capital estão mais seletivas, investindo mais em Startups Camelos e Cabras da Montanha, (que buscam o dinheiro do cliente e que são resilientes) em vez de financiar qualquer promessa ou sinal de um novo unicórnio, como foi feito em anos anteriores. 

Empreendedor brasileiro é mais adaptável, porque tem problemas para serem resolvidos | Pixabay

Os tempos de dinheiro em abundância terminaram, a cultura do crescimento a qualquer custo também. O dinheiro do investimento será direcionado para garantir um crescimento sustentável da empresa, não aceitando mais grandes custos fixos, com estrutura física desproporcional e com pessoas com remuneração muito agressiva. Isso chamamos de "freio de arrumação" e não de "O fim dos investimentos". 

Mesmo com todo a alarde e generalização exacerbada, investidores qualificados e profissionais sabem que apesar de ser um ativo ilíquido e de muito risco, é uma classe de ativo convexa e descorrelacionada e por isso, entendem que devem continuar diversificando, direcionando e equilibrando as suas carteiras de investimento de forma mais consciente e respaldada entre 5% a 10% do seu patrimônio líquido para terem boas possibilidades de retorno no longo prazo.

Os alertas deste tweet do Tom Loverro para o momento de crise são importantes (apesar do exagero), assim como foram os alertas na pandemia. No entanto, não existe um suposto o fim de um ecossistema, até porque estamos falando de tecnologia que tende a ser cada vez mais essencial para resolver problemas da humanidade. E no Brasil estamos lidando com Empreendedores Raiz que buscam o breakeven, sustentando suas operações com garra, gestão, governança e vendas.

Afirmar que haverá uma extinção em massa das pequenas empresas de tecnologia de forma generalizada no mundo é no mínimo fora do contexto regional, para não dizer desrespeito com milhares de Empreendedores e Investidores de Startups brasileiros que carregam esse País nas costas. 

Termino esse vídeo lembrando e informando que apesar de o melhor dinheiro deve ser o dinheiro do cliente, mas captar investimentos nas fases de elaboração, validação e crescimento de uma empresa, é sim importante para o contexto do Jogo do Equity e é a essência desse modelo Startup. 

E isso não quer dizer que concordamos com "cultura do crescimento a qualquer custo" instigada por grandes fundos no passado recente e também alardeada e generalizada pelos "de fora" ou os "do contra" que não conhecem e não entendem como realmente funciona o Capital Empreendedor, que na prática, é o investimento para crescimento orgânico, sustentável e saudável.

Por isso é necessário esse posicionamento público contra qualquer generalização, desconhecimento e banalização das Startups.

Aproveito para agradecer aos Empreendedores o apoio e suporte e aos Investidores Brasileiros por continuarem investindo em GENTE em Capital Produtivo e em Startups em estágios iniciais. 

O BRASIL agradece!

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