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Meirelles: "Mudar meta de inflação pode distensionar relação com Governo"

Ex-presidente do Banco Central, no entanto, não considera melhor alternativa para a economia no momento

Meirelles: "Mudar meta de inflação pode distensionar relação com Governo"
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O Conselho Monetário Nacional (CMN) terá reunião na próxima semana (16.fev) e poderá antecipar a revisão da meta de inflação de 2023, atualmente em 3,25%. O ex-presidente do Banco Central, nas gestões Lula 1 e 2, Henrique Meirelles, diz que se estivesse lá aconselharia a não mudar agora. "Isso teria só uma vantagem, distensionar um pouco a relação do governo com o Banco Central, porque tecnicamente o ideal seria mais à frente", afirmou em entrevista ao SBT News. 

Meirelles ressalta que a alteração de metas de inflação "precisa ter muita justificativa e rigor técnico". No momento, porém, a  expectativa elevação do índice ocorre devido às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à taxa básica de juros (Selic) que está em 13,75% e tem gerado desconforto com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. 

O ex-presidente do Banco Central faz a seguinte ponderação: "se for maneira de baixar o tom, a controvérsia, mesmo que no começo não seja positivo, no segundo, terceiro momentos será positivo, se o governo passar a ter outros assuntos que não o Banco Central como prioridade, o momento pode ser". Meirelles pondera ainda que não existe taxa de juros em nível mais alto com a qual a sociedade possa se "acostumar", uma vez que o crédito e toda aquisição de bens e serviços fica mais cara. 

Integram o CNM o presidente do Banco Central  Roberto Campos Neto, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. 

Dilma no Banco do Brics 

O Governo Lula negocia a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para comandar o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também chamado de Banco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Para Meirelles, a ex-presidente não tem perfil para o cargo. 

"Ela tem um perfil extenso, já foi ministra de Minas e Energia, foi presidente da República, mas é um perfil diferente de alguém que administra uma instituição financeira cuja função básica é fornecer crédito para os países em desenvolvimento. Falta a experiência de direção de banco, que faz empréstimos, e falta habilidades. É uma experiência muito específica para uma pessoa que vai ser dirigente de uma instituição financeira" 

Permanência de Roberto Campos Neto

O ex-ministro da Fazenda dos governos petistas voltou a defender a autonomia da autarquia e disse que Campos Neto não sai por pressão. Afirmou, também, que não há motivo para pedir a demissão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e que qualquer movimento de governistas nesse sentido, "seria um contrassenso"; 

Autonomia do Banco Central

Meirelles também falou de sua relação com Lula e da época em que foi ministro nos governos petistas. Ele disse que, enquanto chefe da autoridade monetária nacional, teve total autonomia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que um diálogo franco antes de assumir foi fundamental para a condução dos trabalhos. Destacou ainda que os debates em torno da política adotada eram privados. 

"Eu fiz um acordo de independência que ele (Lula) respeitou. Como não havia lei, ele poderia me exonerar a qualquer momento. Eu acredito que naquela época facilitou o fato de como a nossa relação era muito boa, a discussão era no privado e não em público, o que facilitava muito. Mesmo se gostasse (da política adotada) ou se não gostasse muito, ele podia me demitir a qualquer momento", disse Meirelles.

Assista a íntegra da entrevista:

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