Vencedor do Nobel de Economia critica ideia de moeda comum Brasil-Argentina
Paul Krugman explicou que exportações dos países são diferentes e podem provocar choques econômicos
O economista norte-americano e vencedor do Prêmio Nobel Paul Krugman criticou a implementação de uma moeda comum entre o Brasil e a Argentina. Em publicação nas redes sociais, o professor afirmou que a ideia, estudada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é "péssima" e pode provocar choques na economia mundial.
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"Uma moeda compartilhada pode fazer sentido entre economias que são os principais parceiros comerciais umas das outras e são semelhantes o suficiente para que não enfrentem grandes 'choques assimétricos'", escreveu Krugman, ressaltando que esse não é o caso dos países, que estudam a moeda para transações comerciais e financeiras.
Isso porque, segundo o economista, o Brasil destina somente 4,2% das exportações para a Argentina, enquanto Buenos Aires envia 15%. Ele explica ainda que a estrutura de exportações dos países é muito diferente, uma vez que as argentinas são dominadas pela agricultura e as brasileiras são manufaturas ou combustíveis.
"Portanto, choques na economia mundial provavelmente causarão grandes mudanças na taxa de câmbio real de equilíbrio. Não sei quem teve essa ideia, mas com certeza não foi alguém que sabe alguma coisa sobre economia monetária internacional", finalizou Krugman.
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A ideia de uma moeda comum entre Brasil e Argentina é antiga e volta e meia retorna à cena, sempre provocando confusão. Desta vez, o projeto, que não substitui as moedas oficiais de cada território, foi formalizado entre os líderes dos países para tentar fortalecer as exportações e os acordos comerciais.