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Mercado se afasta dos ecos dos atos terroristas e termina o dia em alta

Foi o segundo pregão consecutivo no azul: papéis de bancos, estatais e varejo impulsionaram o resultado

Mercado se afasta dos ecos dos atos terroristas e termina o dia em alta
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O mercado de ações no Brasil emite sinais de recuperação após os atos de vandalismo ocorridos, domingo (8.jan), em Brasília. O movimento dos negócios vai aos poucos abandonando a ideia de maior risco sobre a imagem do país, principalmente junto aos investidores do cenário externo. No dia seguinte aos atentados terroristas na Praça dos Três Poderes, a avaliação mais imediata dos observadores dava conta de que, ao menos no curto prazo, poderia haver saída de capitais do mercado brasileiro devido à instabilidade política. A julgar pelo desempenho do Ibovespa, nesta 3ª feira (10.jan), a preocupação está ficando para trás.

No fechamento do dia, o Ibovespa marcou alta de 1,56% e voltou a operar acima dos 110 mil pontos (110.830).

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Não foram poucos os analistas que apontaram que o cenário de terrorismo e seus ecos vão perdendo força. As ações por parte do Governo Federal em se mostrar vigilante aos riscos de novas investidas de radicais de direita, a imagem frisada em todos os veículos de comunicação do desmonte dos acampamentos bolsonaristas e, mais ainda, das prisões de vândalos sob o rigor da lei, tiveram o condão de diluir a apreensão quanto aos riscos institucionais. Em lugar deles, reaparecem no horizonte do investidor os fundamentos macroeconômicos.

Nesta semana, em particular, passa a magnetizar as atenções a promessa de parte da equipe econômica do governo de apresentar medidas imediatas, com foco no equilíbrio fiscal. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reafirmou o compromisso ainda na tarde desta 3ª feira. "Haverá anúncio de medidas no âmbito da Fazenda e da Gestão", reforçou Costa.

Inflação esperada

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a inflação de 2022: alta de 0,62%, no mês de dezembro, para estocar 5,79%, no fechamento do ano. O índice está acima da meta estabelecida para o ano, que é de 5%. A meta não é cumprida pelo segundo ano consecutivo.

O presidente do Banco Central, Pedro Campos Neto, teve de publicar carta formal para a presidência do Conselho Monetário Nacional (CMN) explicando o não respeito ao limite imposto. Pedro Campos Neto listou argumentos como a inércia da inflação do ano anterior e o retorno do consumo e da empregabilidade após o auge da Covid-19.

Veja a íntegra do documento:  

Ainda que promovendo mais um estouro da meta e de ter saído acima da previsão para o mês (a estimativa era de 0,45%), a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não assustou. Já estava no horizonte. E acabou por não impactar os negócios em bolsa. Ao menos, não para o mal. 

Influência com sotaque
O câmbio também apontou recuperação da moeda brasileira em relação ao dólar. Se, na segunda-feira, o real chegou a ser a divisa mais impactada mundo afora pela apreciação do dólar, nesta 3ª feira, a moeda americana perdeu 1% frente ao real, cotado para venda a R$ 5,20.

O mercado recebeu com bons olhos o pronunciamento do presidente do Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED). Jerome Powell acentuou o caráter de independência do Fed em conduzir a política monetária para enfrentar a inflação. Um sinal sempre visto pelos investidores de que o viés político não pauta as decisões da autoridade monetária.

Houve quem apostasse, a partir disso, em um cenário menos apertado para os juros. Daí para o mundo, a leitura era de que o momento não exige uma migração mais intensa de capitais para as terras de Tio Sam. Na gangorra tradicional, dólar menos valorizado. Na outra ponta, bolsas no azul.

- Dow Jones em alta de +0,56%; S&P 500 mais 0,70% e Nasdaq 1,01% no positivo. 

Curva pra cima
Na renda variável, o principal índice da bolsa brasileira empinou fortemente durante a tarde, apesar de ter apresentado quedas no início dos negócios. O setor de bancos contribuiu com altas acima de 3%, caso do Bradesco (BBDC4), que subiu 3,71% - papel mais negociado no pregão. As ações da Petrobras também colaboraram: preferenciais pn (PETR4) em alta de 0,92%; ordinárias on (PETR3) mais 0,59%.

O varejo teve números ainda mais expressivos. Magazine Luiza (MGLU3) decolou 7,42%; e Americanas (AMER3), outros 7,04% pra cima. 

Na prática, os olhares mais atentos não perdem de vista os desdobramentos da arruaça radical em Brasília, mas giram os negócios no intervalo possível entre a apreensão - em menor proporção - e as oportunidades de compra e venda para fazer dinheiro.

A prova de que a realidade ainda liga uma ponta à outra, foram as quedas de papéis do setor elétrico.  Ataques a torres de transmissão em Rondônia e no Paraná acenderam o alerta para ações de Eletrobras, Copel e CPFL, que fecharam o dia com baixas entre 0,67% e 1,43%. 

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