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Ibovespa oscila intensamente no primeiro pregão pós-eleição e fecha em alta

Papéis de estatais tiveram perdas importantes; setores como construção civil, educação e varejo ganharam

Ibovespa oscila intensamente no primeiro pregão pós-eleição e fecha em alta
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O mercado financeiro enfrentou intenso sobe-e-desce desde os primeiros movimentos, na abertura desta 2ª feira (31.out). Reflexo imediato da definição das eleições por si só, antes até de por nas contas o nome do vencedor. No segundo momento, já trocando papéis com o nome de Lula (PT) no lugar de presidente eleito, novos motivos para o lá e cá.

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Aos poucos, a queda foi se acentuando, até chegar a -2% ainda cedo. O ladeira-abaixo veio na esteira da queda dos papéis de empresas estatais, exatamente na mesma direção da semana anterior ao segundo turno. A associação do nome de Lula à vitória era traduzida em maior atrelamento das empresas estatais às ações de governo, menos ao gosto dos investidores. Ao longo do dia, a confiança em que não haveria contestação do resultado da eleição por parte de Jair Bolsonaro (PL), levou maior tranquilidade ao pregão. E o Ibovespa retomou a trajetória de alta. Setores como construção -- principalmente as empresas voltadas à baixa renda --, educação e varejo, emitiram sinais de aprovação ao novo presidente. Desempenhos em conjunto que ajudaram a compensar quedas fortes entre as estatais. Petrobras teve quedas de 8,26% (PTR4) e 7,13% (PETR3). Banco do Brasil desceu 4,38% (BBAS3). Já as ações da construtora MRV subiram 3,98% ( MRVE3). Magazine Luiza tambem subiu: = 2,05% (MGLU3).  

Equipe e transição

O mercado também levou em consideração alguns sinais quanto à transição de governo e, princpalmente, quanto à constituição da equipe econômica de Lula. Foram as conversas em torno destes temas que causaram, ao menos a princípio, muitas pequenas oscilações no dia do Ibovespa. "Ao longo do dia, com a ideia cada vez mais forte de que Geraldo Alckmin possa ser o coordenador da transição e que poderia indicar uma equipe técnica no governo Lula, os movimentos foram serenando. Também ajudou a ideia de que Bolsonaro não iria contestar a eleição", analisa Luiz Otávio Souza Leal, economista chefe do Banco Alfa.

Câmbio a favor

Outro cenário que fez barulho durante toda a 2ª feira foi o do câmbio. O dólar chegou a subir aos R$ 5,40. E de forma semelhante como ocorreu com o Ibovespa, a moeda americana sofreu uma gangorra o tempo todo. Ao final do dia, a perspectiva de alto potencial de fluxo estrangeiro em direção ao país -- uma vez que o investidor passa a trabalhar em cima do concreto, ou seja, que Lula venceu e que a eleição transcorreu de forma normal, sem qualquer intercorrência ou ameaça para a democracia brasileira -- fez com que o real se apreciasse de forma sólida frente à divisa americana. Fechamento com dólar em queda de 2,54%, cotado a R$ 5,16%. Uma das maiores referências de ganhos em relação ao dólar em termos mundiais, no dia de hoje. E "já com possibilidade no horizonte de o dólar descer do patamar de R$ 5 à medida em que se confirmem os nomes da equipe de Lula para os próximos quatro anos: economistas mais ligados ao mercado ou mesmo políticos com suporte de técnicos indicaria essa chance", aponta Souza Leal.

Veja abaixo mais repercussões sobre o dia no mercado financeiro.

Alex Agostini, economista chefe da Austin Ratings

"O mercado deu um voto de confiança no Lula, olha, esperamos coisa boa pela frente. Agora, ficou urgente que divulgue logo sua equipe pra não azedar o mercado e as coisas ficarem mais difíceis. Se espera que Lula fale logo quem será seu ministro da economia pra melhorar os ânimos de mercado, pra saber se vai apoiar ou azedar. Eu acredito que não tem espaço pra cavalo de pau, logo vem um governo moderado, com equipe moderada, agora, vai sofrer críticas a qualquer modo. isso vai acontecer". 

Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico

" Os mercados devem continuar apresentando volatilidade nos próximos meses, ao menos até que haja definições concretas sobre as políticas econômicas que serão adotadas pelo governo - especialmente aquelas que impliquem maiores gastos, com foco no questionamento de como a conta será paga.

O queda do dólar refletiu o fim das eleições no Brasil, trocando-se a indefinição o e o atrito por uma definição, fazendo com que o real se tornasse a moeda que mais ganhou diante da divisa norte-americana neste dia". 

Leandro De Checci, analista da Clear Corretora

"Juros futuros recuam por toda curva na expectativa de menor pressão inflacionária com o recuo nos preços das commodities. A semana promete continuar volátil, além da temporada de resultados o mercado estará atento à divulgação de indicadores de atividade econômica e ata do Copom, amanhã. Na quarta-feira (02), feriado no Brasil, será divulgada a decisão de taxa de juros do Fed e declaração do FOMC acerca dos próximos passos da política monetária nos EUA, o que pode trazer mais volatilidade para a semana".

André Perfeito, economista da Necton corretora 

Mercado reagiu de forma esperada. As ações de empresas públicas tiveram quedas relevantes ao longo do dia. Mas o mercado também entende que existe espaço pra avançar na bolsa brasileira. O dólar fechou com uma queda expressiva e o real foi a moeda que mais se apreciou contra o dólar. Tudo na expectativa por um governo Lula mais de centro. Tudo  mais constante, sem nenhum tipo de entrave pelo presidente Bolsonaro deve levar a uma situação melhor, mais favorável".  

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