Poupança volta a ter rendimento acima da inflação. Mesmo assim, vale a pena?
Especialistas explicam que a poupança é atrativa para quem utiliza o valor guardado em curto ou médio prazo
Depois de 2 anos de perda, a caderneta de poupança voltou a render acima da inflação. No acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em setembro, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) ficou em 7,17%, enquanto a poupança rendeu, no mesmo período, 7,27%, ou seja, teve rentabilidade real de 0,10%.
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A última vez em que o retorno da aplicação havia sido positivo foi em agosto de 2020, quando entregou um rendimento real de 0,45%. Durante esse intervalo, o pior momento para poupadores foi em outubro de 2021, quando o rendimento ficou negativo em 7,59%, descontada a inflação. Apesar de não oferecer grandes rendimentos, a caderneta pode ser utilizada como uma espécie de fundo de emergência, ou ainda, para a próxima viagem de férias em família, por exemplo.
Hugo Garbe, doutor em Economia e Mercados pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, avalia que a poupança é um investimento mais seguro para quem quer liquidez.
"Você não vai ter grandes retornos investindo na poupança, mas para quem está construindo, quer comprar um imóvel novo ou até mesmo viajar, é uma opção viável e mais flexível",explica.
Para Garbe, a poupança é um investimento de baixo risco, mas também de baixo retorno. "Quando você tem uma escalada de inflação, é natural que a poupança deixe de entregar uma rentabilidade mínima para o poupador. Ela é muito utilizada para quem não quer perder dinheiro, diferente dos investimentos em Renda Fixa, que não têm muita flexibilidade para saques emergenciais", pontua.
Para o economista da FGV Alberto Ajzental, existem investimentos mais rentáveis, como o Tesouro Direto e CDB, que oferecem taxas de rendimentos superiores. No entanto, quem tem dinheiro na poupança agora não precisa se preocupar como antes, porque a aplicação não perderá da inflação, como vinha acontecendo.
"A poupança não é vantajosa do ponto de vista de retorno, mas é utilizado por aqueles que não detêm conhecimentos financeiros de aplicação, ou por aqueles que possuem pouco valor investido", conclui Ajzental.
