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Após boom de exportações, crise prejudica cadeia do feijão no Brasil

Mercado externo aumentava interesse, o que incentivou a produção, agora frustrada com a inflação

Após boom de exportações, crise prejudica cadeia do feijão no Brasil
Feijão
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O Brasil exportou, entre janeiro e julho, 49,5 mil toneladas de feijão. Volume bem abaixo do esperado, já que no ano passado, no mesmo período, foram 105 mil toneladas.

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O desinteresse internacional frustra a cadeia nacional. O Brasil vinha de uma crescente nos embarques nos últimos anos. Em 2020 foram enviadas 177.400 toneladas, aumento de 6,80% em relação a 2019 e de 44,60% na comparação com 2015, conforme o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe).

"Pela primeira vez desde que a exportação de feijões começou a ganhar maior relevância estamos enfrentando diminuição do volume exportado, pelo menos até agora", diz o presidente da entidade, Marcelo Lüders.

Ele ainda explica: "Os produtores que fizeram contratos estão protegidos. Quem, por exemplo, tem contrato de Feijão-rajado está entregando e recebendo, apesar de que o exportador nem sempre esteja conseguindo liquidez lá fora".

No exterior, os preços ficaram altos para o consumidor. Inflação ocasionada pelo custo do frete. Ficou complicado para o comprador de lá e para o vendedor daqui. Mais um motivo para se diminuir as exportações.

No Brasil, empacotadores contam que as embalagens passaram por reajustes bruscos, "em torno de 20%", informa o relatório da Ibrafe deste mês, no qual um empresário, Fábio Becker, da Feijão Caldão, conta que "nesse momento não temos nenhuma estimativa de baixa nos custos de produção. E acredito que num prazo de seis meses deve ter um pequeno aumento no preço do Feijão-preto", anuncia.

A previsão do atravessador é baseada no que o agricultor também está passando. Como relata no relatório da Ibrafe, Eduardo Gonçalves da Mota, produtor rural que tem lavouras com irrigantes em Minas Gerais: "Os custos de produção desse ano, em comparação com o ano passado, subiram de R$ 8.000 para R$ 13.000, o que daria algo ao redor de 62% [de aumento]".

Assim, agricultores que estavam investindo na produção até o ano passado, começaram a recuar, como acontecia no período antes do boom das exportações. A safra 2021/2022 foi planejada em 2,816 milhões de hectares. Menor patamar da série histórica, inciada em 1976. O Brasil cultivava mais que o dobro nas décadas de 80 e 90.

Hoje em dia, mesmo ainda sendo considerado um queridinho dos brasileiros nos almoços diários, o feijão não está entre as culturas agrícolas preferidas para se trabalhar. A produção deverá atingir 3,1 milhões de toneladas no ciclo 2021/22. Só para se ter ideia da diferença, no caso do milho devem ser em torno de 115,6 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). É, o Brasil já não é o país do feijão. Não em produção, que já é insuficiente para abastecer o mercado interno, segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Gabriel Viana.

"O Brasil aumentou a importação de feijão preto da Argentina nesta temporada em mais de 200%. Para o feijão carioca, a situação deve ser de escassez e preços elevados. Mas, para o consumidor geral, a importação de feijão preto deve manter o abastecimento interno", considera ele.

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