"Equivocado", diz CNI sobre elevação da Selic para 13,75%
Aumento da taxa básica de juros é a 12ª consecutiva e representa o maior patamar desde 2016

Camila Stucaluc
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu uma nota classificando como "equivocada" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de aumentar a taxa básica de juros (Selic) para 13,75% ao ano. Segundo o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, a medida terá impacto negativo na economia brasileira.
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"A CNI entende que, neste momento, o novo aumento da taxa de juros é dispensável para o combate da inflação e trará custos adicionais desnecessários para a atividade econômica, com reflexos negativos sobre consumo, produção e emprego", diz Andrade. Ele ressalta que essa foi a 12ª vez consecutiva que o BC subiu a taxa básica de juros, com maior patamar desde 2016.
Na avaliação da CNI, as desonerações recentes sobre energia elétrica, combustíveis, telecomunicações e transporte coletivo estão reforçando o movimento de desaceleração da inflação. Para agosto, por exemplo, a expectativa é de deflação, enquanto a inflação para o fim de 2022, medida pelo Boletim Focus do BC, tem caído recorrentemente e já está em 7,15%.
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De acordo com analistas de mercado, esse deve ser o último reajuste em 2022. Há também expectativa de que não ocorra mais alterações até maio do ano que vem, período estimado de quando a inflação deverá diminuir. A maioria aposta que 2023 termine com a Selic a 10,5% ao ano.