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Mercados fecham em alta forte em dia marcado por Fed e Petrobras

Sinalização de mudanças na política de formação de preços da petrolífera foi assimilada ao longo do dia

Mercados fecham em alta forte em dia marcado por Fed e Petrobras
Sede do FED
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A bolsa brasileira fechou a movimentação desta 4ª feira (27.jul) em alta forte de 1,67% e de volta ao patamar acima dos 100 mil pontos (101.437). Na gangorra mais tradicional do meio financeiro, bolsa em alta é sinal... de dólar em baixa. Lógica confirmada. A moeda americana baixou 1,93% para ser cotada a R$ 5,24. Nada mau em desempenho para um dia marcado por intercorrências que bem poderiam ter levado os mercados -- aqui e lá fora -- em outra direção. Na alça de mira do início do pregão da B3, atenções voltadas para a decisão do Federal Reserve (FED), o Banco Central americano, quanto aos juros da economia dos Estados Unidos. E, no meio das negociações, a notícia de que a Petrobras iria discutir -- com propensão a mudar -- a política de preços para os combustíveis.

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Diante de tanta coisa pra chamar atenção dos investidores, até que o resultado ao final do dia teve um quê de surpresa... por uma relativa tranquilidade. A decisão do Federal Reserve foi mesmo de elevar os juros, em 0,75pp, para elevar a taxa para o intervalo entre 2,25% e 2,50% ao ano. Quarto aumento do ano, segundo consecutivo dessa proporção. Medida bem recebida, por já estar nas contas dos principais analistas e instituições. Por não ter havido surpresas, uma vez que havia observadores que davam como certo um aumento de 1,00pp. E mais. Pelo discurso do presidente do banco, Jerome Powell, ter sido considerado tranquilizador, segundo os analistas.

Powell admitiu que o custo de vida está na ordem do dia -- a inflação americana está rondando a casa dos 9,1% no acumulado de 12 meses, limitado a junho passado, o que representa a maior margem em 40 anos --, mas segundo o presidente do Fed, o comitê de política monetária da instituição já considera a possibilidade de desacelerar as altas nas taxas. Quando... é a pergunta por ser respondida.

Medo maior

Como se não bastasse o quadro inflacionário que não permite baixar a guarda, a combinação com os juros mais altos forma a tempestade perfeita, como dizem os agentes do mercado, para provocar um drama maior: a recessão. Foi aí que se fez sentir o segundo "alerta do bem" disparado por Powell. Ele disse não enxergar que a economia americana esteja em recessão. E, no mesmo sentido, a opinião da ministra da economia dos Estados Unidos, Janet Yellen, avaliou que a musculatura da economia americana deve evitar que a atividade econômica entre num ritmo comprometedor de desaceleração. 

Ao final do dia, as bolsas americanas registraram índices animadores: Dow Jones + 1,37%; S&P + 2,62% e Nasdaq + 4,06%.

Petrobras x preços

Outro sinal de alerta para os investidores no dia partiu da Petrobras. Foi criada toda uma expectativa porque, sabia-se já com antecedência, que o Conselho de Administração da empresa estaria reunido para discutir a política de preços dos combustíveis. Logo ela, tão pressionada pelo meio político no passado recente e, na visão dos observadores, tão sujeita às turbulências do ciclo eleitoral. E eis que um comunicado da própria Petrobras, divulgado no início da tarde, falava em aprimoramento da governança e, com este fim, em criar uma "camada adicional de supervisão nas políticas de preços pelo Conselho de Administração".

Não demorou para que os analistas enxergassem uma forma de politização na formação dos preços da companhia. "Foi deixada uma porta aberta que pode, sim, levar a intereferências nessa política", avalia Adriano Pires, consultor especializado no mercado de petróleo. Mas ele próprio enfatiza que, ao menos por ora, nada muda por exemplo com a política de Paridade de Preços Internacionais, a PPI. " É preciso primeiro ver se virá alguma medida mais concreta neste sentido. Por agora, não muda nada", pontua Pires. 

Veja abaixo um trecho do comunicado oficial da empresa:

"Vale destacar que a referida aprovação não implica em mudança das atuais políticas de preço no mercado interno, alinhadas aos preços internacionais, e tampouco no Estatuto Social da companhia".
 

"Foi sim um passo atrás, no sentido de permitir uma politização, mas não tão danoso quanto seria se, por exemplo, o Conselho passasse a fixar os preços", calcula Ilan Arbetman, analista de Research da Ativa Investimentos. Até porque, aponta ele, o governo determina seis dos 11 assentos no Conselho. "Como as atribuições não mudaram de mãos, nada a temer ao menos por ora", define. 

Política na mira

E foi tateando este ambiente e estas decisões que os investidores viram, durante o dia, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, dizer que, se eleito, vá "mexer na política de preços da Petrobras" pra deixar os preços dos combustíveis livres da paridade com as cotações internacionais. Mesma seara na qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) se concentrou nos últimos tempos, com o intuito de reduzir o peso dos derivados na vida do consumidor.

Provas de que a discussão sobre a política de preços da petrolífera brasileira está mesmo na mesa. "A ação de hoje foi claramente no sentido de uma politização dentro da empresa, que pode chegar aos preços", concorda Roberto Padovani, economista chefe do banco BV. "A questão está no horizonte tanto para Lula quanto para Bolsonaro. Por enquanto, nada de mais concreto aconteceu, a não ser deixar, ainda mais claro, que talvez seja mesmo a hora de se rever essa política de preços da companhia. O cuidado deve ser com os prognósticos de receita da Petrobras a cada tomada de decisão: uma companhia que projeta menos receita, é uma companhia que perde valor", sentencia. 

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